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Maioria não teve treinamento adequado sobre segurança no trabalho

ISP divulga resultados preliminares de enquete realizada entre trabalhadores da saúde e serviços essenciais; informações coletadas mostram falta de EPI, capacitação e risco de contaminação da população em geral


Maioria não teve treinamento adequado sobre segurança no trabalho
Foto: Pixabay

Condsef/Fenadsef

A Internacional dos Serviços Públicos (ISP) divulgou nesta terça-feira, 14, os resultados preliminares da enquente realizada entre trabalhadores da saúde e de serviços essenciais. Foram 1.025 formulários respondidos de forma voluntária, abarcando diversos estados brasileiros. São Paulo foi a unidade federativa de maior participação até o momento, seguido do estado do Ceará e do Rio de Janeiro. Da amostragem, 58% são servidores públicos, 77% alegaram não ter passado por treinamento adequado para o trabalho desenvolvido com a população e 67% denunciaram insuficiência de equipamentos de proteção individual, sendo que 11% disseram não ter nenhum EPI.

A aplicação da enquete faz parte da campanha "Trabalhadores e Trabalhadoras Protegidos Salvam Vidas", da qual a Condsef/Fenadsef participa, lançada pela ISP em 31 de março. Das respostas coletadas, 84% são de trabalhadores da saúde, sendo 34% de enfermeiros, categoria de maior participação na iniciativa. 20% do total são usuários de transporte público e correm risco de transmitir o novo coronavírus para mais pessoas, o que agrava a ausência de proteção dos profissionais que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. 55% dos participantes afirmaram passar por sofrimento psicológico neste momento e 10% têm tido mais de 12 horas de jornada de trabalho.

A Secretária Subregional para Brasil da ISP, Denise Dau, reforça que a aplicação da enquete deva ser ampliada, mas considera que os resultados preliminares são indicadores importantes dados por pessoas que testemunham diariamente o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, 14 servidores da saúde já morreram sob suspeita de contaminação de Covid-19. Para a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT e servidora municipal da Saúde, Juneia Batista, o que deve ser garantido é a proteção de trabalhadores, para que não haja mais mortes por falta de EPI.

Na manhã desta terça-feira, 14, entidades filiadas à ISP participaram de reunião online para articular estratégias com objetivo de reverter o quadro preocupante que se revela com os dados coletados. Foi destacado o 28 de abril, Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, como data de mobilização intensificada nas redes sociais. O formulário da enquete seguirá aberto para participação dos trabalhadores, para atualização semanal, e os dirigentes reforçam a necessidade de registro das condições diárias de segurança e saúde, para que as ações sindicais possam ser mais precisas. Os dados informados são sigilosos.






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