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Guedes troca desoneração fiscal por apoio à reforma administrativa ainda em 2021

Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes mostraram um discurso afinado e pediram que os empresários atuem em favor da reforma administrativa


Guedes troca desoneração fiscal por apoio à reforma administrativa ainda em 2021
Foto: Divulgação

Sintrajufe-RS

Definitivamente o futuro da PEC 32 ainda não está decidido, apesar das dificuldades que o governo tem em reunir os 308 votos necessários. O fato é que o governo e os empresários, estes últimos que acabaram de garantir um reforço no cofre com as desonerações fiscais, agora se voltam para a aprovação da reforma administrativa. Para isso, garantiram mais munição, a aprovação da PEC dos Precatórios (PEC 23/2021) na Câmara dos Deputados liberou um “espaço” de R$ 16 bilhões para emendas parlamentares no orçamento, pelo que se especula. Para não deixar dúvidas sobre suas intenções, nessa quinta-feira, 11, Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes mostraram um discurso afinado e pediram que os empresários atuem em favor da reforma administrativa.

Em live divulgada em suas redes sociais, Bolsonaro disse que, após o governo decidir manter a desoneração da folha de pagamento até 2023, empresários assumiram o compromisso de ajudar na aprovação da PEC dos Precatórios e da reforma administrativa. Conforme o próprio Bolsonaro, a desoneração fará com que o governo deixe de arrecadar cerca de R$ 8 bilhões por ano. Em um evento do banco Itaú, Guedes deu declarações na mesma linha: “Ok, vamos impedir a reoneração, não queremos demissões, queremos criar empregos, mas nos apoiem na reforma administrativa”, disse Guedes, como se tivesse algum compromisso com a geração de empregos. Na mesma atividade, o ministro da Economia também ressaltou a intenção de aprovar a reforma ainda neste ano, o que deve ligar o sinal de alerta neste final de ano.

Os banqueiros e os grandes empresários são a grande esperança e fator de estabilização do governo, neste momento, para conseguir aprovar uma reforma impopular e sobre a qual tem pesado a pressão de servidores e servidoras em defesa dos serviços públicos. A importância desse setor para Bolsonaro e Guedes cresceu após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir as emendas “de relator” no orçamento secreto, que vinham sendo utilizadas pelo governo para comprar votos de deputados e deputadas. Agora, para convencer os parlamentares, eles contam também com a pressão do dinheiro dos financiadores das campanhas enquanto buscam outra via para liberar emendas secretas.

Por outro lado, a luta contra a PEC 32 segue. Em todo o país, servidores e servidoras estão atuando de forma organizada para derrotar a reforma, nas ruas e nas redes sociais. Semana após semana, em Brasília, parlamentares são recebidos com atos nos aeroportos, além de outras atividades de mobilização que vêm sendo realizadas na capital federal e nos estados. Nas redes sociais, as categorias vêm se movimentando para enviar mensagens aos deputados e deputadas cobrando voto contrário à PEC. A insígnia da pressão é clara: “se votar não volta”. É a essa posição que o governo busca se contrapor a partir do poder econômico dos financiadores. E a afinação com o mercado, nesse sentido, é grande: na última semana, por exemplo, o banqueiro Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco, publicou artigo no jornal O Estado de S. Paulo defendendo o “sonho” das reformas.

Envie mensagens a deputados e deputadas e pressione contra a PEC 32!

Se você não enviou, envie. Se já fez, envie novamente. A luta contra a PEC 32/2020 precisa ser intensificada, pois a proposta pode ser votada no plenário da Câmara em outubro. Para aprovação, o governo precisa de 308 votos (três quintos) e vai fazer de tudo para conseguir.

O futuro dos serviços públicos e os direitos da população e dos servidores e servidoras está ameaçado pela reforma administrativa (PEC 32/2020) de Guedes e Bolsonaro. Por isso, vamos aumentar a mobilização. A pressão sobre deputados e deputadas tem que ser total. Mande mensagens por WhatsApp e e-mail, comente nas redes sociais deles. Com nossa mobilização, podemos derrotar essa proposta.






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