Sintrasef-RJ

Engana-se quem pensa que os estudantes e a juventude estão alheios ao debate sobre a reforma da Previdência, por ser “coisa de aposentadoria”, “coisa de velho”. Em debate no dia 10 de maio organizado pelo grêmio estudantil do campus Arraial do Cabo do Instituto Federal do Rio de Janeiro, cerca de 130 alunos rejeitaram a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro e reafirmaram a disposição de ir para as ruas lutar pela manutenção de previdência pública e o sistema de seguridade social no Brasil.

O Sintrasef participou da mesa debatedora através da diretora Maria do Socorro, servidora do Ministério da Saúde. Além do Sintrasef, apresentaram suas visões sobre a proposta de reforma o Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Federal do Rio de Janeiro (Sintifrj), a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), o Grêmio Nildo Cunha e o Partido Novo, representado pelo deputado Paulo Ganime.

Com exceção do deputado, os debatedores e a plateia concordaram que a proposta do governo Bolsonaro é uma farsa, já que não reforma, não busca melhorar a qualidade de vida das pessoas na sua aposentadoria; muito pelo contrário, no que pode ser definido até mesmo como uma ‘deforma’.

Neste contexto, a diretora do Sintrasef ressaltou que o tal ‘déficit’ não existe. Não se justifica qualquer movimento econômico em cima da Previdência para uma busca de melhoria da economia quando na realidade vai se miserabilizar a população. “O Sintrasef é contra a capitalização. Ela é um investimento de alto risco. Não pode ser comparado nem colocado no mesmo patamar de seguridade social”, alertou Maria do Socorro.

“Contando fundos de reservas internacionais, Tesouro Nacional e Governo Federal temos cerca de R$ 4 trilhões. Dinheiro suficiente para mover a economia sem precisar mexer no modelo de Previdência que temos hoje”, completou ela.

Após questionamento da plateia sobre a desculpa do governo de déficit para cortes também na educação pública, Maria do Socorro disse que “o Sintrasef defende a revogação da EC-95 (teto de gastos) e da reforma trabalhista, que essas sim, são responsáveis pelo desemprego”.