Cuba já cumpriu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de educação, igualdade de gênero e mortalidade infantil; deve atingir os de pobreza, saúde materna e HIV/Aids; e, se investir em ações específicas, pode alcançar os dois restantes, de sustentabilidade ambiental e parcerias para o desenvolvimento. A avaliação é de um estudo elaborado pelo escritório do PNUD no país, que concluiu que, apesar do isolamento comercial, a nação comandada por Fidel Castro tem tido um bom desempenho socioeconômico.
O Segundo Relatório de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio do PNUD de Cuba atribui o desempenho cubano ao modelo social do país, que diminui a
importância da renda e das
relações comerciais na determinação das condições de vida da população, uma vez que oferece uma rede de bens e serviços sociais gratuitos e subsidiados. "A população, mesmo a de menor renda, tem acesso a bens e serviços que não estão ao alcance dos pobres de outros países em desenvolvimento", afirma o relatório.
Entre os pontos da política social do governo cubano destacados no relatório estão a distribuição racionada de alimentos com preços subsidiados; os médicos de família, que fazem atendimento de casa em casa; a garantia de ensino da pré-escola à universidade; e o serviço de assistência social.
Essas ações foram complementadas em 2000 com programas focalizados voltados a jovens desempregados que abandonaram a escola, gestantes e
deficientes.
Esses
benefícios têm gerado resultados que deixam a ilha de Cuba mais próxima da Europa que da América Latina. A taxa de mortalidade infantil do país é de 5,8 mortes a cada mil nascidos vivos, semelhante à da Irlanda (6,0), oitavo país com melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo.
Praticamente todos (99,9%) os partos são acompanhados por pessoal especializado. A proporção de crianças matriculadas no ensino fundamental é de 99,4%, melhor que a da Austrália (97%) e do Canadá (98%), e, de todos os alunos que ingressam na 1ª série, 98,5% chegam à 5ª série -- mais que na França (98%). Além disso, cerca de 95% da população tem acesso a saneamento, porcentagem equivalente à da Hungria.
Por outro lado, Cuba ainda precisa melhorar em indicadores como mortalidade materna (35,5 mortes a
cada mil nascidos vivos),
taxa pior que a do Uruguai (27) e do Chile (21).