Condsef/Fenadsef

O Brasil está em crise? A reflexão está no 'Conversa Pública' dessa sexta-feira, o podcast da Condsef/Fenadsef feito para repercutir as principais notícias da semana. A pergunta ajuda a buscar algumas respostas sobre a situação que o País tem enfrentado. Em audiência pública que ocorreu no Senado nessa quinta, 15, e debateu a reforma da Previdência, especialistas como Maria Lúcia Fattorelli e Eduardo Fagnani deixam algumas pistas das razões pelas quais criou-se um ambiente propício no Brasil à retirada de direitos da classe trabalhadora. 

A reforma da Previdência seria mais uma escalada num contexto que tem usado uma crise fabricada pela política monetária do Banco Central. Fattorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, é quem aponta a política de juros do BC como uma das responsáveis por esse cenário que tem servido ao governo para justificar a retirada e ataque aos direitos da população. "Essa crise está sendo muito útil para o avanços das pautas liberais, que reduzem o papel do Estado, para o avanço das pautas que interessam ao mercado financeiro", diz a especialista. 

Fagnani, que lançou o livro "Previdência: o debate desonesto", cita a desigualdade social, aprofundada por todas essas políticas de corte de direitos promovidas por esse governo, como o principal problema do Brasil. "Não resolvemos sequer a desigualdade do século XIX", resume o economista citando que a desigualdade está em todos os campos, não apenas econômico. A reforma tributária que está sendo discutida no Congresso Nacional é alvo de criticas. Para o economista ela não enfrenta os reais problemas que precisam ser debatidos para trazer justiça à sociedade brasileira. "É um escárnio o Brasil que tem a maior tributação do mundo sobre consumo fazer uma reforma tributária que não enfrenta a questão. E ainda estão destruindo o principal mecanismo de distribuição de renda no País que é a Previdência", diz. 

Paralisia do setor público

O 'Conversa' também comenta os cortes orçamentários promovidos pelo governo Bolsonaro que já chegam a R$33 bilhões e comprometem políticas públicas. O setor mais afetado é o da educação que já teve compra de livros didáticos suspensa e ameaça paralisar pesquisas de mestrado e doutorado em todo o País. O jornal Folha de São Paulo publicou essa semana também que a Polícia Federal sofre com os cortes e construtoras reclamam do atraso de quase R$500bi destinados a pagamentos do "Minha Casa Minha Vida". 

Reação

O podcast destaca também as enormes marchas que agitaram Brasília essa semana. A marcha histórica das mulheres indígenas, a 6a Marcha das Margaridas que reuniu na Esplanada mais de 100 mil mulheres do campo, da cidade, da agroecologia, das águas e o Dia Nacional de Lutas em defesa da Educação e Previdência Pública que aconteceu na terça, 13. Para a Condsef/Fenadsef apenas a mobilização, o poder de pressão e a unidade da classe trabalhadora serão capazes de frear todos os retrocessos que estão sendo impostos pelo atual governo. Os ataques estão constantes, mas o poder de reação está acontecendo e não pode parar. "Qualquer movimento social, popular rebate para nós do serviço público. É um desafio central para nós o tempo inteiro para que todos entendam a importância desse diálogo: sociedade/servidores", comentou a diretora da Condsef/Fenadsef, Erilza Galvão, durante a Marcha das Margaridas.

O lançamento da cartilha "Os riscos da reforma do Regime Próprio de Previdência da União", dirigida principalmente a servidores federais de cargo efetivo também está nesse episódio que sempre conta com uma dica cultural. Então, não deixe de ouvir, comentar e compartilhar. O episódio 20 está no ar cheio de informação importante. Gostou? Tem alguma crítica e sugestão? Participe enviamdo comentários para imprensa@condsef.org.br. Toda sexta-feira tem sempre um episódio novo.   

>> Ouça agora o Conversa Pública #20