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Congelamento de investimento público causa tragédia que atingiu Museu Nacional

Só em um ano o museu perdeu 77% de verba pública para sua manutenção. Sem investimento, sem infraestrutura adequada, essa tragédia, como muitos servidores e estudantes já haviam declarado, estava anunciada


Congelamento de investimento público causa tragédia que atingiu Museu Nacional
Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Condsef

A Condsef/Fenadsef lamenta profundamente a tragédia anunciada que consumiu em chamas mais de 20 milhões de itens históricos inestimáveis num incêndio de terríveis proporções que atingiu na noite desse domingo, 2, o Museu Nacional no Rio de Janeiro. Para a entidade, tragédias como essa que já ocorreram em outros momentos, no Butantã, Museu da Língua Portuguesa, insistem e podem se repetir, enquanto não derrotarmos essa política de descaso com o serviço público. A Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela investimentos públicos por 20 anos, é o grande obstáculo nesse caminho.

O Museu Nacional, criado por D. João VI em 1818, completou 200 anos em junho deste ano. Só em um ano o museu perdeu 77% de verba pública para sua manutenção. Sem investimento, sem infraestrutura adequada, essa tragédia, como muitos servidores e estudantes já haviam declarado, estava anunciada. 

O Museu, que abrigava Luzia, o fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, entre outras riquezas inestimáveis, custou aos cofres públicos no último período quase o equivalente a dez auxílios-moradia pagos a juízes. Este ano, o Museu havia recebido até o momento R$ 54 mil, valor que chega a ser inferior ao salário mensal de alguns magistrados.

Não há como calcular o dano causado para essa e as futuras gerações. Perde nossa história, perde a educação, perde a cultura, perde a ciência, perde a tecnologia, perde todo povo brasileiro. Até quando continuaremos assistindo a essa política de austeridade equivocada que retira direitos, congela investimentos públicos, mata nosso passado e ameaça nosso futuro?

Basta de descaso. Denunciamos há muito e continuamos exigindo a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 que congela investimentos públicos por 20 anos e bloqueia nossas chances de reagir a essa crise de infinitas proporções. Lutamos contra essa política neoliberal que ataca serviços públicos, massacra a maioria da população, para atender aos anseios e lucro de uma pequena parcela da sociedade, além do mercado especulativo internacional. 

No dia 13 de setembro estaremos em Brasília, nas ruas, denunciando todo esse descaso. Defendemos serviços públicos de qualidade e servidores valorizados. Um País não se consolida e não se desenvolve sem respeito ao coletivo. Vamos todos juntos exigir a revogação da EC 95/16 e respeito ao que somos e ao que ainda podemos ser. Desenvolvimento se conquista também com luta.






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