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Com reforma, o que está ruim pode piorar se os trabalhadores não se mobilizarem

Debates em torno da reforma, que deveriam ter sido promovidos pelo governo Federal, estão acontecendo em diversos estados brasileiros por iniciativa de entidades ligadas aos trabalhadores


Com reforma, o que está ruim pode piorar se os trabalhadores não se mobilizarem
Foto: Sindsep-PE

Sindsep-PE

A reforma da Previdência será muito ruim para a classe trabalhadora brasileira. Mas ela poderá ficar ainda pior em um curto período de tempo. Essa foi a conclusão do debate promovido pela CUT na tarde da última quinta-feira na sede do Sindsep-PE sobre a reforma da Previdência e a MP-873 que versa sobre o financiamento do movimento sindical. A impossibilidade de acessar a aposentadoria para milhares de brasileiros aumentará em muito a miséria e a violência em todo o país. 

Debates em torno da reforma, que deveriam ter sido promovidos pelo governo Federal, estão acontecendo em diversos estados brasileiros por iniciativa de entidades ligadas aos trabalhadores. A ideia é esclarecer a todos sobre o perigo da proposta para que possam repassar as informações e abrir os olhos da população. Além disso, os debates estão servindo como preparação para o Dia Nacional de Mobilização, que acontecerá na próxima sexta-feira (22), com atividades e protestos em todo o país contra a reforma da Previdência.

O debate promovido no Sindsep-PE contou com palestras da economista do Dieese, Jackeline Natal, e do advogado e sócio de um dos escritórios de advocacia que atende aos filiados do Sindsep, Gustavo Gomes. Na opinião de Jackeline, a reforma de Bolsonaro pretende privatizar a Previdência e não salvá-la. "Essa reforma modifica os princípios da solidariedade, da universalidade, da proteção social e dá lugar ao princípio do individualismo", destacou.  

Um dos lados mais perversos da reforma proposta é a “desconstitucionalização” das regras previdenciárias. Regras como a de tempo de serviço, tempo de contribuição e cálculo da aposentadoria passarão a ser definidas por leis complementares. O governo terá muito mais facilidade de aprovar uma lei complementar no Congresso que uma modificação na Constituição. 

“Ou seja, daqui a dois anos, ou a qualquer momento, eles poderão aumentar ainda mais a idade para a aposentadoria e o tempo de contribuição. O que é ruim poderá piorar e muito. Por isso precisamos ir para as ruas”, alertou o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha. 

Outro fator importante a ser observado é o de que a economia de grande parte dos municípios do interior brasileiro gira em torno dos recursos das aposentadorias. Dos 5.570 municípios brasileiros, cerca de dois mil têm o valor da transferência do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) menor que o valor pago as aposentadorias. Com a redução do acesso à Previdência e dos valores pagos, esses municípios sofrerão economicamente, o que irá aumentar o número de desempregados e miseráveis. 

“Evidentemente que haverá aumento de violência. Mas não apenas nesses municípios. A tendência é que desempregados migrem para as grandes cidades, onde também não há oferta de empregos. O que essas pessoas farão nas capitais já inchadas? É óbvio que a violência aumentará atingindo a todos”, observou o advogado Ricardo Estevão.  

MP-873

Quanto a MP-873, está muito claro que o governo editou a medida com o objetivo de asfixiar financeiramente os sindicatos e impedir o combate a reforma da Previdência. “A medida é inconstitucional e não se justifica por falta de urgência. Mas como pode vigorar por 60 dias, prorrogados por mais 60, antes da votação no Congresso, ela poderá fechar muitos sindicatos em todo o Brasil, que ficarão sem recursos. Além do quê esse período será suficiente para a aprovação da reforma”, comentou o advogado Gustavo Gomes.






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