Mal a greve do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) começou e os servidores sofrem o primeiro golpe na tentativa de enfraquecer o movimento. Agindo rápido, o governo conseguiu liminar que obriga entidades representativas do setor a manter 50% dos funcionários trabalhando durante a greve. Caso não cumpram a determinação, as entidades estão sujeitas a multa de R$5mil por dia de paralisação. A Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) vai recorrer da decisão. Acostumada aos obstáculos, a entidade critica a ação da Justiça. Para o diretor Pedro Armengol, o governo desprezou mais uma vez o espaço de negociação optando pela
retaliação ao legitimo direito
de greve da categoria. Apesar dos problemas, os servidores dão sinais de que não vão se intimidar. A partir desta terça-feira, é a vez da Cultura parar, engrossando a greve.
Em reunião na tarde desta segunda-feira com o presidente do Ibama, Bazileu Margarido Neto, a Condsef avisou que não irá aceitar negociar enquanto o governo estiver disposto a recorrer à Justiça para interromper o movimento. Discordando do “atalho” usado pelo governo para resolver a questão, a entidade pretende discutir na instância da Justiça o direito dos servidores do Ibama.
A Condsef explica que diversas categorias estão motivadas a aderir à paralisação pelas constantes ameaças que vêm sofrendo os servidores públicos. Propostas como a do PLP 01 (Projeto de Lei Complementar), que podem limitar investimentos
públicos pelos próximos dez
anos, estão entre os eixos centrais da greve convocada pela Condsef.
O PLP é apontado como principal ameaça a acordos e compromissos firmados entre servidores e governo de 2005 até hoje. A discussão sobre isonomia nos Três Poderes, levantada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva como necessária para recuperar o serviço público brasileiro, também estaria comprometida.
Greve - Além disso, para a Condsef, a ameaça ao direito de greve dos servidores é outro ataque grave que precisa ser combatido. Para a Confederação a greve seria evitada se o governo respeitasse os espaços de negociação criados para dirimir conflitos. A entidade ressalta que a categoria recorre a movimentos grevistas quando não restam meios para negociar o que prejudica e ameaça os servidores.
Balanço do movimento
– Até o fim da noite 9 estados já oficializaram participação no movimento grevista do Ibama: Distrito Federal (DF), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Bahia (BA), Amazônia (AM), Paraná (PR), Sergipe (SE), Paraíba (PB) e Minas Gerais (MG). Alagoas (AL) entra em greve amanhã e Espírito Santo (ES) decidiu pela paralisação a partir do dia 16.