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Servidores se mobilizam para garantir reposição ainda este ano

Os servidores públicos federais estão há, pelo menos, cinco anos com salários congelados, mas vêm reivindicando apenas um reajuste linear de 19,99%, correspondente à inflação de três anos do governo Bolsonaro


Servidores se mobilizam para garantir reposição ainda este ano
Foto: Scarlett Rocha / Sinasefe

Sindsep-PE

As mobilizações dos servidores públicos federais para reposição inflacionária de seus salários estão a todo vapor. Isso porque o Brasil está em um ano eleitoral e existe um limite para que o Governo possa conceder reajuste aos servidores. Existem duas datas importantes a serem observadas. No dia 5 de abril termina o prazo para que o governo encaminhe projeto de revisão geral. Já a partir do dia 4 de julho está proibido qualquer reajuste. Ou seja, até esta data qualquer projeto que vise repor a inflação do período no salário dos servidores precisa ser aprovado e sancionado. 

Os servidores públicos federais estão há, pelo menos, cinco anos com salários congelados, mas vêm reivindicando apenas um reajuste linear de 19,99%, correspondente à inflação de três anos do governo Bolsonaro.  

E é por estarmos em um ano eleitoral que a mobilização não para. Na última sexta-feira, os servidores promoveram um ato na frente do Ministério da Economia, em Brasília. Na ocasião, eles voltaram a cobrar a abertura de um processo de negociação com o governo Bolsonaro que está há um mês sem dar resposta à pauta de reivindicações protocolada pelo Fonasefe e Fonacate, fóruns que representam o conjunto da categoria. Para o ato, as entidades levaram um bolo de aniversário de um mês sem respostas do governo aos servidores.

E as mobilizações continuam durante todo o mês de fevereiro. Neste mês, serão realizados fóruns estaduais com os sindicatos que fazem parte da Condsef/Fenadsef, para que eles organizem as assembleias nos locais de trabalho e no final de fevereiro definam o indicativo de greve para o dia 9 de março.

A lei orçamentária de 2022 prevê R$ 1,7 bilhão para o reajuste apenas de três categorias (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional), deixando de fora os demais servidores, inclusive o pessoal da saúde que está há dois anos à frente do combate a pandemia do novo coronavírus. Atualmente, o Brasil possui 1,257 milhão de servidores federais de diversas áreas.  

E a inflação está afetando o bolso de todos. Todo mês os preços dos alimentos estão subindo. As tarifas públicas, combustíveis e gás de cozinha também. E, com os combustíveis, todos os produtos transportados pelas estradas brasileiras também sofrem reajuste. 

Por outro lado, a lei orçamentária de 2022 destina R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões estão no "orçamento secreto". A Lei também reserva um valor de R$ 1,9 trilhão para o refinanciamento da dívida (banqueiros). 

Para além disso, a arrecadação do Governo, em 2021, teve um aumento substancial em comparação com 2020. Houve um aumento de 17,3% na arrecadação de impostos, devido aos constantes reajustes dos combustíveis. Corrigido pela inflação, o valor representa R$ 1,971 trilhão. No ano anterior, a arrecadação foi de R$ 1,679 trilhão. 

O governo propôs substituir o aumento salarial pelo reajuste dos benefícios, como vale transporte e alimentação. Mas além de deixar os aposentados de fora, essa proposta é uma afronta para quem vem se dedicando ao serviço público e não tem o seu valor reconhecido. 

“Eles têm recursos para fazer a reposição de todos os servidores. O problema é uma questão de prioridade. O desmonte do serviço público continua a passos largos no governo Bolsonaro. O presidente quer aprovar a Reforma Administrativa para a maioria dos trabalhadores do poder Executivo enquanto autoriza concursos públicos, melhorias nos locais de trabalho, aumentos salariais e vantagens para os militares. E os demais servidores que dão sua vida para atender bem à população brasileira nas mais diversas áreas? Isso é completamente injusto e não iremos aceitar”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 






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