Home > Notícias > Servidores públicos podem ter ano difícil no Congresso Nacional

Servidores públicos podem ter ano difícil no Congresso Nacional

Projeto de reforma administrativa (PEC 32) segue na ordem do dia de Arthur Lira, e dirigentes do serviço público devem reforçar investida com parlamentares para enterrar ameaças


Servidores públicos podem ter ano difícil no Congresso Nacional
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Portal CUT

Tão logo as atividades do Congresso Nacional recomeçaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem reafirmado seu interesse em avançar com a discussão sobre a reforma administrativa.

A movimentação sobre o tema que preocupa setores do serviço público aumenta a expectativa dos trabalhadores e trabalhadoras por uma proposta alternativa por parte do governo

O analista político do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) André Santos alerta, no entanto, que “apesar da disposição do governo em redirecionar a pauta dos servidores para outros projetos” e ainda “da prerrogativa do poder Executivo em determinar tudo o que é relativo ao trabalho no funcionalismo público”, esse projetos têm obrigatoriamente  que passar pelo Congresso Nacional. 

“Insisto que é necessário investir mais energia no diálogo com os parlamentares. Apesar de termos minoria, ainda não há consenso sobre o tema. Parte dos parlamentares está em disputa, e serão eles afinal que decidirão se a PEC vai para frente ou não”, afirma Santos. 

De perfil conservardor e com o empresariado formando ampla representação junto dos parlamentares, o Congresso Nacional, tem pouca porosidade às pautas que afetam os trabalhadores em geral. 

Segundo o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS), filiado à CUT, Sandro Alex de Oliveira Cezar, que participa das discussões em Brasília, seja com o conjunto de trabalhadores, seja com o governo ou os parlamentares, “apesar desse diálogo ter sido feito através de seminários e conversas, a pauta não é bem recebida na casa.”

“Precisamos repensar um pouco a forma como conversamos sobre esse assunto. Talvez seja hora de falar mais com as bases desses parlamentares. A sociedade precisa compreender que sem servidor não tem serviço público, e que isso mexe com a saúde, a educação, a aposentadoria”, defende Sandro. 

Toma lá, dá cá 

A PEC 32 teve como autor inicial o governo Bolsonaro, que apresentou o texto ao Congresso em 2020. De lá para cá, a proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição & Justiça (CCJ) da Câmara e também por uma comissão especial, tendo sido encaminhada depois ao plenário. 

O modelo de reforma administrativa que tramita na Câmara, pronto para votação no Congresso, é a PEC 32/2020, apresentada pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. 

Esta prevê diversas mudanças voltadas à facilitação de contratação de serviços terceirizados e o fim do regime de estabilidade dos servidores públicos, comprometendo a capacidade de se negar ordens de caráter político.

A medida conta com alta rejeição popular e por isso empacou nos últimos tempos. O assunto voltou à tona recentemente, por meio de acenos feitos por Lira.

Em recados dirigidos ao governo Lula, o presidente da Câmara afirma de forma reiterada que a PEC está pronta para ser avaliada pelo plenário sob o argumento de que “temos que discutir despesas, já que não podemos aumentar impostos”.

A gestão do governo descarta apoio à PEC 32, e já defendeu o Projeto de Lei (PL) 2258/2022, que fixa regras gerais para concursos públicos, e pauta a limitação de supersalários no serviço público.

O recado veio por meio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que já citou o PL 6726/2016. O texto estipula teto para remunerações e subsídios de ocupantes de funções, cargos e empregos públicos.






NOSSOS

PARCEIROS