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Servidores debatem greve geral por reajuste unificado

Assista a coletiva com entidades do Fonasefe, fórum que reúne categorias de servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário. "Recursos tem. Falta o respeito a nossa categoria"


Servidores debatem greve geral por reajuste unificado
Reprodução

Condsef/Fenadsef

A intenção do governo em conceder reajuste apenas a PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Depen (Departamento Penitenciário Nacional) gerou indignação e a reação imediata de servidores em todo o Brasil. Nessa quarta-feira, 29, categorias organizadas no Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) se reuniram em uma live para falar da intenção de se organizar em torno de uma greve geral unificada em 2022. Auditores da Receita Federal já iniciaram paralisação de atividades. O Sindifisco aponta ampla adesão do movimento. Um dos objetivos é garantir a revisão de recursos do orçamento da União e pressionar pela abertura de um canal de negociação que nunca avançou desde o início do mandato de Jair Bolsonaro. 

A maioria dos federais amarga congelamento salarial há pelo menos cinco anos. De acordo com Dieese as perdas ultrapassam os 40%. "Esse governo vem desrespeitando o conjunto do funcionalismo desde o primeiro momento", constata o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva. "A resposta às nossas reivindicações e lutas legítimas por melhores serviços públicos tem sido uma sequência de desaforos proferidos ora por Bolsonaro, ora por Paulo Guedes", diz. 

A última declaração do ministro da Economia, repudiada pelos representantes do Fonasefe, foi comparar as reivindicações e questionamentos dos servidores sobre reajuste reservado apenas a algumas categorias com a tragédia de Brumadinho. "Não podemos nem dizer que o comentário foi infeliz, pois isso é o que ele [Paulo Guedes] é: um ministro que não tem respeito pelos servidores públicos", comentou Sérgio Ronaldo. Guedes ainda condicionou a possibilidade de qualquer reajuste a aprovação da PEC 32, da reforma Administrativa, proposta que representa um ataque sem precedentes ao serviço público e vai continuar sendo fortemente combatida em 2022. "Seguiremos firmes também em nosso propósito de derrotar de vez essa proposta nefasta", avisou Sérgio.  

Plenária unificada baterá martelo sobre greve geral

No próximo dia 14, o Fonasefe volta a se reunir para fechar detalhes em torno de um calendário e construção da reação dos federais. A plenária unificada que pode aprovar a greve geral do funcionalismo está prevista para o final de janeiro, com data a ser confirmada. 

Para garantir a participação da maioria dos servidores do Executivo nesse processo, já na semana que vem a Condsef/Fenadsef vai orientar que suas filiadas realizem assembleias por local de trabalho. A entidade também vai convocar reuniões do seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE), no dia 17. Antes da plenária geral do Fonasefe a Confederação vai realizar uma plenária nacional com intenção de levar uma decisão de sua base, maioria do Executivo Federal, para a plenária e bater martelo sobre o movimento de enfrentamento. "Vamos buscar uma recomposição salarial para o conjunto do funcionalismo e não apenas de algumas categorias". adiantou o secretário-geral.  

Na avaliação dos servidores, as reivindicações não são nenhum absurdo e cabem no orçamento da União. "Nossa unidade pode reverter esse cenário. Recursos tem. Falta o respeito a nossa categoria", pontuou Sérgio. "Não estamos falando de algo impossível e sim da realidade de um orçamento que precisa ser pensado com as necessidades do povo brasileiro", acrescentou Rivânia Moura, presidente do Andes-SN.

Confira a íntegra da atividade:






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