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Servidores da Cultura denunciam aparelhamento e desmantelamento do setor

Condsef/Fenadsef assina o documento que critica controle ideológico da pasta, desconhecimento de gestores e projetos de extinção da Casa de Rui Barbosa e da Cinemateca Brasileira


Servidores da Cultura denunciam aparelhamento e desmantelamento do setor
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Condsef/Fenadsef

O Fórum da Cultura, composto por associações de servidores do setor, divulgou manifesto em que denuncia aparelhamento e desmantelamento da pasta, que atualmente encontra-se ocupada por gestores sem qualificação e às vezes contrários aos próprios valores dos órgãos especializados, preocupados mais com controle ideológico do que com elaboração e execução de políticas culturais. Para o Presidente da Associação de Servidores do Ministério da Cultura (AsMinc), Sérgio Pinto, todas as instituições da Cultura estão sendo atacadas de alguma forma. "Fazem uma destruição aos poucos, mas generalizada", afirma.

A Condsef/Fenadsef assina o documento ao lado de mais entidades sindicais preocupadas com a proteção e a valorização da Cultura, deveres do Estado previstos na Constituição Federal. Para além dos problemas conhecidos desde o governo de Michel Temer, aprofundados com a posse do presidente Jair Bolsonaro, investidas recentes de extinção de órgãos como a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Cinemateca Brasileira tem preocupado ainda mais a categoria. A nomeação de um ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro como presidente da Funarte também causou indignação.

O objetivo do manifesto é alertar a população para os retrocessos de uma pasta essencial para o desenvolvimento do País, além de convocar mais servidores a se somarem a esta luta. Sérgio Pinto comenta que, por consequência das mudanças administrativas pelas quais a Cultura passou, os trabalhadores estão perdidos em meio à desorganização institucional. Uma parcela incentiva greve sanitária, mas o principal agora é mobilizar a categoria contra os desmontes do governo.

Em defesa da diversidade cultural

O Presidente da AsMinc destaca do documento o trecho que se refere ao papel dos trabalhadores da pasta. "É importante a compreensão do papel do servidor com relação aos seus trabalhos, que estão em consonância com a Constituição Federal, que protege a livre expressão intelectual e artística independentemente de convicção política. O presidente da República tem uma visão equivocada do papel da cultura. Confundem identidade com ideologia", comenta Pinto.

O manifesto escreve que a área da Cultura sofre, mas que os servidores não estão parados. "Continuamos atentamente zelando pelo serviço que prestamos à sociedade brasileira. O viés ideológico do servidor público é o próprio compromisso com a Constituição Federal e as leis que regem as políticas culturais. Continuamos firmes com a missão de defender os direitos e deveres dos cidadãos no que tange às garantias em relação à memória e à identidade de todos os brasileiros. Somos técnicos qualificados, trabalhando a serviço da sociedade", consta no texto.

Leia o manifesto completo aqui.






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