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Pressionado por greves, Lula promete reajuste a todas as categorias

Presidente diz que greves ocorrem porque categorias estavam reprimidas


Pressionado por greves, Lula promete reajuste a todas as categorias
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Globo

Por Victoria AbelKarolini BandeiraCamila Turtelli e Jeniffer Gularte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que dará aumento salarial a todas as categorias de servidores públicos, mas que o reajuste será aquilo que o governo "pode dar". Universidades e Institutos Federais por todo o país estão entrando em greve, desde o início do mês, pedindo maior orçamento para as instituições e aumento de salários.

– O pessoal estava muito, muito, muito reprimido, eles não faziam greve há muito tempo, não tinha aumento de salário há muito tempo. Nós estamos preparando aumento de salário para todas as carreiras e vão ter aumento. Nem sempre é tudo que a pessoa pede. Muitas vezes é aquilo que a gente pode dar. E nós vamos negociar com todas as categorias. Eu quero até aproveitar para dizer que ninguém será punido nesse país por fazer uma greve – afirmou, em café com jornalisas.

Pelo menos 52 universidades, 79 institutos federais (IFs) e 14 campus do Colégio Pedro II estão em greve. Parte pela mobilização dos docentes, parte pela dos técnicos e outra parte pelas duas categorias.

As categorias dos técnicos administrativos da educação e dos docentes receberam na última sexta-feira novas propostas do governo para o fim das greves nas universidades e institutos federais. Os trabalhadores informaram que uma decisão será nesta semana que vem e, até lá, as paralisações estão mantidas.

O reajuste ofertado pelo governo aos técnicos foi de aumento de 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Para 2024, o governo já havia formalizado proposta de reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais);?de aumento em 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (“auxílio-saúde”); e, ainda, de acréscimo na assistência pré-escolar (“auxílio-creche”) de R$ 321 para R$ 484,90, para todos os servidores federais.

"Tudo é gasto"

Lula ainda fez críticas à forma como economistas veem a necessidade de corte de gastos no país, incluindo redução de despesas com saúde e educação e defendeu tratar despesas na área como investimentos.

— Sem crédito o país não vai a lugar nenhum. Tem duas coisas que fazem um país crescer, investir em educação e a outra é ter crédito. O problema é que tudo no Brasil é tratado como gasto. Emprestar dinheiro para pobre é gasto, colocar dinheiro na saúde é gasto, colocar dinheiro na educação é gasto. A única coisa que não é gasto é superávit primário. A única coisa que se trata como investimento é isso. O que é gasto? Eu sempre brigo com isso, porque nós discutimos coisas no Brasil que as vezes são secundárias — disse Lula.

O presidente ainda contestou nesta terça-feira a estimativa de crescimento de analistas econômicos e disse que o país crescerá mais que o esperado. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, ele citou o programa de microcrédito lançado ontem como o maior já anunciado pelo governo.

Durante o café, Lula afirmou ainda que selou uma proposta final de regulamentação da Reforma Tributária. O petista também voltou a fazer críticas ao Banco Central, dizendo que "tem toda paciência do mundo" para a troca do comando da autoridade monetária.

O presidente também citou as divergências entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dizendo que a Petrobras tem "crise de crescimento" e que desentendimentos fazem parte da vida.






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