Sindsep-PE

O Sindsep-PE sediou, na manhã desta sexta-feira (24/03), uma palestra promovida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No evento, que tratou do tema “Perspectivas para o desenvolvimento sustentável do Nordeste: Desafios para o movimento sindical” e que teve como palestrante o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior.

“O desenvolvimentismo econômico nordestino deve ser pensado a partir do Nordeste. Essa região precisa olhar para si, para as suas necessidades e demandas e, ao mesmo tempo, construir saídas diante de suas especificidades. Penso em um caminho que passa pelo fortalecimento da Sudene, com mais investimentos na região por meio dos bancos públicos e estatais, além de um envolvimento de toda a sociedade”, comentou Fausto.  

Também marcaram presença mais de 50 dirigentes sindicais de Pernambuco, entre eles o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, e o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.

O debate foi centrado nas potencialidades econômicas e de investimento sustentável existentes no Nordeste, e em como, a partir disso, o movimento sindical pode atuar na reivindicação de pautas e na criação de propostas que promovam também o desenvolvimento social da região. 

“Nós sabemos que possuímos inúmeras potencialidades, mas é preciso que o movimento sindical e o movimento social se unam em torno de projetos que sejam importantes dentro dessa cadeia produtiva que se encontra no Nordeste. É nessa perspectiva que nós (o Dieese) pretendemos iniciar esse ciclo de debates, para que assim possamos nos engajar verdadeiramente, apresentando para o governo projetos que permitam a execução de políticas públicas e também o desenvolvimento e crescimento regional”, afirmou a diretora do Sindsep-PE que compõe também a direção estadual e executiva nacional do Dieese, Elna Melo.

Para o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira, é extremamente oportuno debater essa temática em um momento de reconstrução e consolidação democrática. Além disso, ele pontuou a importância dos movimentos sindical e social estarem antenados para debater a transformação do Nordeste, tornando-se protagonistas na proposição de projetos para a região.     

“Para que o Nordeste volte a ser um protagonista econômico no cenário nacional não podemos nos contentar com a adesão a projetos propostos para a região. Já passamos por isso e o que nos restou foi a indústria do açúcar e do álcool, que provocou a devastação ambiental na Zona da Mata Norte e Sul, além dos vários bolsões de miséria. Acredito, por exemplo, que devemos unir todos os nossos esforços para reconstruir uma entidade como a Sudene. A Sudene foi extinta pelo governo Fernando Henrique, foi recriada, mas sem a capacidade de investimento que a região nordeste demanda. Ela tem laudos técnicos de várias cadeias produtivas locais e é preciso que tudo isso seja retomado. Acredito que o nosso foco deva ser o de fortalecimento da Sudene, do Finor (Fundo de Investimento do Nordeste) e das políticas públicas sociais com uma participação maior da sociedade”, disse o coordenador.