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Conesindiserf-RS acompanha desdobramentos do caso Everton e exige medidas antirracistas

Repúdio à conduta da BM, e solidariedade ao Everton, reforçando a importância do debate, do letramento racial e da implementação de medidas antirracistas para construirmos, de fato, uma sociedade livre de racismo


Conesindiserf-RS acompanha desdobramentos do caso Everton e exige medidas antirracistas
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Sindiserf-RS

Desde sábado (17), a sociedade brasileira acompanha os desdobramento do caso de racismo e violência policial sofrido pelo motoboy negro, Everton Goandete, em Porto Alegre. Depois de ter sido vítima de uma tentativa de homicídio por Sérgio Camargo Kupstaitis, um homem branco, Everton foi levado pela Brigada Militar (BM) acusado de resistência e desacato à autoridade. O Coletivo de Negras e Negros do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do RS (Conesindiserf-RS) acompanha as investigações do fato, manifesta o seu repúdio à conduta da BM, presta solidariedade ao Everton e reforça a importância do debate, do letramento racial e da implementação de medidas antirracistas para construirmos, de fato, uma sociedade livre de racismo.

O secretário de Movimentos Sociais, Gênero e Etnias, Joelsio Luiz Barbosa dos Santos, participou de uma reunião com diversas entidades da sociedade civil, na noite de terça-feira (20). “Foi uma reunião bem forte e importante com representantes de entidades de todo o estado. E vamos nos mobilizar contra o racismo, o pessoal está disposto a ir pra rua e se manifestar”, conta Joelsio.

Na quarta-feira (21), a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS retomou os trabalhos e recebeu presencialmente o motoboy e após ouvir o relato dele e de uma série de autoridades sobre o tema, a Comissão decidiu que encaminhará um ofício à Polícia Civil solicitando uma reunião, entre outros encaminhamentos.

Resposta rápida

Diante da revolta e indignação, o Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto), realizou uma manifestação no dia seguinte do caso. A mobilização aconteceu próximo ao Parque Redenção, na tarde de domingo (18) e contou com a presença de lideranças sindicais, representantes de movimentos estudantis, deputados e vereadores de Porto Alegre. Após as falas, os manifestantes saíram em caminhada.

A secretaria adjunta de Movimentos Sociais, Gênero e Etnias do Sindicato, Valéria da Silva Amaral, esteve no ato para demonstrar o seu repúdio ao racismo e solidariedade ao Everton, além de enfatizar a importância da iniciativa do Sindimoto. Na mesma linha, a secretária-geral do Sindiserf-RS, Eleandra Raquel da Silva Koch, destacou a “resposta imediata” dada pela sociedade de Porto Alegre à conduta da Brigada.

Entenda

O caso ganhou repercussão nacional graças às diversas imagens registradas e motivou acusações de racismo contra a atuação da Brigada, já que o tratamento dado a Everton, foi bem diferente do dispensado a seu agressor. Enquanto Everton foi detido imediatamente e colocado em um camburão, Sérgio teve permissão dos policiais para subir em seu apartamento, guardar a faca com a qual atacou Everton, trocar de roupa e ser conduzido de forma não violenta até a delegacia. Uma das imagens registradas demonstra Everton sendo detido pela BM enquanto Sérgio conversava, sorridente, com uma policial.

Dados

Uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) aponta que o racismo estrutural marca a ação de agentes da Segurança Pública. Um levantamento sobre a abordagem policial na Região Metropolitana de Porto Alegre mostrou que 79% das abordagens policiais são sobre homens, negros, jovens e com tatuagens. A pesquisa faz parte do trabalho de assistência técnica internacional que o escritório da UNODC no Brasil realizou junto com o governo do estado, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2023, para acompanhar o que se denomina como “integridade do uso da força”.

Com informações do Brasil de Fato RS e da AL/RS






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