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Os três dias de pressão dos servidores e servidoras municipais, estaduais e federais, representantes da CUT e demais centrais sindicais, em Brasília, funcionaram e a votação do relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa na comissão especial da Câmara dos Deputados, prevista para esta quinta-feira (16), foi adiada para a próxima semana. A categoria e representantes das centrais já preparam novas ações para semana que vem em todo o país, especialmente erm Brasília.
Parlamentares contrários à PEC 32 reforçaram que a mobilização nas ruas e nas redes do conjunto dos servidores e sindicalistas, como o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, que participou dos atos na terça-feira (14) e visitou gabinetes de deputados para alertar sobre os prejuízos da PEC 32 para o Brasil e para os brasileirtos, foi determinante para o adiamento da votação do projeto da dupla Jair Bolsonaro (ex-PSL)/Paulo Guedes, ministro da Economia.
Deputados governistas foram alvo da pressão implacável de dezenas de dirigentes sindicais que se espalharam pelos corredores da Casa feito formigas, com suas bandeiras vermelhas e palavras de ordem, para exigir o voto contrário dos parlamentares à PEC que privatiza direitos essenciais, como saúde, educação e segurança, e fere de morte o atual modelo de serviço público previsto na Constituição Cidadã.
"Eles podem parecer gigantes, mas nós somos muitas formigas e quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro!", avisou a presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Jucélia Vargas.
O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) destacou o incômodo de muitos parlamentares com a pressão, principalmente nas redes sociais. Segundo o parlamentar, muitos deputados chegaram a insinuar que 'robôs' estariam sendo usados na campanha de pressão contra a PEC 32. Mas o engajamento da categoria e o trabalho de esclarecimento junto à sociedade são os responsáveis diretos desse resultado, diz nota da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
A mobilização e a pressão, de acordo com a Condsef, vão continuar na semana que vem em todo o país, especialmente em Brasília. Neste sábado (18), o Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) da Condsef/ Federação Nacional dos Trabalhadores do Servico Público Federal (Fenadsef) vai se reunir para fortalecer a luta nos estados.
A Confetam vai na mesma linha. Diz em seu site que, apesar da vitória, não há tempo para comemoração ou descanso. De acordo com a Confetam, os sindicatos, federações e confederações CUTtistas que representantes os servidores públicos das três esferas de governo em todas as áreas de atuação já começaram a convocar suas bases a voltarem à Brasília para acompanhar a votação na terça-feira (21). intensificar a pressão pela derrota da PEC 32.
“Não podemos errar no placar”, disse o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), deixando claro que adiou a votação por não ter votos suficientes para aprovar a proposta que destrói o serviço público do país e ataca os direitos dos servidores e servidoras.
E foi por não ter votos suficientes para garantir a aprovação, que Lira convenceu o presidente da comissão, deputado Armando Monteiro (PP-PE), e o relator da matéria, deputado Arthur Maia (DEM-BA), a adiarem a votação para esta terça-feira (21). Na data, o relator deve apresentar uma terceira versão do relatório, com novas mudanças de conteúdo para tentar agradar o mercado e vencer a resistência dos próprios deputados da base de apoio ao desgoverno Bolsonaro.
“Na próxima terça, é necessário ter mais companheiros e companheiras aqui (em Brasília). Vamos fazer rodízios. Os estados que vieram podem retornar e os outros que não vieram devem vir à Brasília porque essa é uma luta incessante. A gente volta pra casa, mas não pro descanso porque a gente não arreda pé da resistência e da luta para derrotar essa PEC”, convocou a secretária de Combate ao Racismo da Confetam, Vilani Oliveira.
Secretário adjunto de Comunicação da Confetam, Vlamir Lima enfatizou que tão importante quanto a luta em Brasília é a mobilização das trabalhadoras e trabalhadores das prefeituras nos estados. “É importante essa mobilização também continuar nos estados e municípios para garantir que os servidores de todo Brasil das três esferas – federal, estadual e municipal -, continuem a pressão em cima dos deputados para que votem contra a Reforma Administrativa”.
Caso seja aprovada na comissão especial da Câmara nesta terça-feira (21), a PEC 32 pode ser levada a Plenário logo no dia seguinte, caso esta seja a decisão do presidente Arthur Lira, que tem a prerrogativa de definir quais matérias entram na pauta de votação da Casa.
Com informações de Déborah Lima (Confetam) e assessoria da Condsef