Sindiserf-RS
O Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) realizou uma roda de conversa com os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), ao meio dia desta segunda-feira (31), no pátio do prédio onde se localizam os órgãos, em Porto Alegre. O reajuste emergencial linear de 19,99% para todos os servidores, o calendário de mobilização e a continuidade da luta para cancelar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, da reforma administrativa foram os assuntos abordados.
Os dirigentes explicaram aos servidores, que estão trabalhando em regime de revezamento por conta da pandemia, que o percentual reivindicado corresponde ao índice para repor a inflação dos três anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). A última negociação salarial para a categoria foi em 2015, na gestão de Dilma Rousseff (PT).
A secretária geral do Sindiserf/RS, Eleandra Raquel da Silva Koch, que também é servidora do Incra, destacou que a unidade dos servidores das três esferas na luta com a PEC 32 foi fundamental e que pode ser um diferencial para garantir a recomposição salarial. “A nossa perda total no período sem reajuste é de 27%, uma defasagem que chega a 1/3 dos nossos salários”, disse ela.
Eleandra lembrou que o governo sinalizou um aumento para os policiais e que há 1,7 bilhões destinados para o funcionalismo. “Dinheiro no orçamento tem, que pode ser dotado para a recomposição geral que é prevista pelo artigo 37º da Constituição Federal. Porém, após o início do ano eleitoral, pode ser concedido o valor da inflação do ano anterior”, explicou ela.
Referente à reforma administrativa, a dirigente afirmou que é pauta do governo destruir com o serviço público através de terceirizações, privatizações e o fim dos concursos público. “Por isso, a luta contra a PEC 32 continua e é muito importante.”
O secretário de Relações Intersindicais e Parlamentares, Marizar Mansilha de Melo, também destacou a importância da unidade para mobilizar a categoria e cumprir o calendário de lutas. “Temos dificuldades impostas pela pandemia e trabalho remoto, mas precisamos mobilizar os locais de trabalho”, acredita.
“Sobre a reforma administrativa, obtivemos uma vitória, mas não a derrotamos. Nossa mobilização volta com força a partir do dia 2 de fevereiro, com o retorno do trabalho no Congresso Nacional. E o nosso recado é claro: deputado que votar a favor da PEC 32, não volta”, reforçou Marizar.
“Houve um aumento de 17,35% na arrecadação federal. Portanto, dinheiro tem e é preciso fazer esse debate com a população”, defendeu o secretário de Formação adjunto do Sindiserf/RS e servidor do Incra, Walter Morales Aragão. Para ele, o momento é propício para a luta. “Esta mobilização é tática, sem esquecimento das lutas maiores.”
Aragão declarou que há em torno de 600 mil aposentados e 500 mil ativos no funcionalismo federal, o que é pouco relativamente à população do país e à necessidade de serviços públicos qualificados. “Acredito que motivo para a recomposição não falta, o governo está enfraquecido pela derrota em relação a PEC, pois o governo tinha certeza que a aprovariam no ano passado”, acredita.
Já o servidor do MAPA e secretário de Formação da entidade, Leonardo Toss avaliou a atividade como positiva. “É importante manter a mobilização para informar as pessoas e captar o apoio deles. Há uma dificuldade de participação e resistência das pessoas, mas elas precisam se dar conta que sem organização não conseguimos nada”.
Para ele, há possibilidade efetiva dos servidores conseguirem a recomposição salarial. “Temos que lutar e trabalhar em cima de uma pauta comum. Aqui no prédio, temos vários órgãos e níveis de função distintos. Se não conseguirmos trabalhar juntos, não avançaremos”, afirmou.
De acordo com Leonardo, a luta pela recomposição é a tarefa imediata. “Depois é pensar na eleição para elegermos um projeto comprometido com o servidor público. Precisamos fazer o debate e conhecer os deputados e senadores”, disse.
Os presentes na atividade combinaram que haverá uma roda de conversa semanalmente. Os dirigentes do Sindicato divulgaram que, mês que vem, será realizada uma plenária do Sindiserf/RS, em data ainda a ser divulgada.
02 DE FEVEREIRO: protesto em Brasília, cobrando a negociação salarial. Colocação de faixas com o pedido de reajuste em órgão públicos de todo o país;
07 A 11 DE FEVEREIRO: assembleias estaduais e setoriais para deflagração do estado de greve;
15 A 24 DE FEVEREIRO: estado de greve;
09 DE MARÇO: possível início da greve geral do funcionalismo público.