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Trabalhadores pernambucanos da Ebserh decidem por greve no dia 21

O movimento grevista será deflagrado por causa do desrespeito com que os trabalhadores(as) vêm sendo tratados desde o início do governo Bolsonaro


Trabalhadores pernambucanos da Ebserh decidem por greve no dia 21
Reprodução/Sindsep-PE

Sindsep-PE

Os trabalhadores da Ebserh em Pernambuco decidiram referendar a greve nacional da categoria e iniciar um movimento paredista a partir do próximo dia 21 de setembro. A resolução foi tomada durante Assembleia Geral Extraordinária, realizada nesta sexta-feira (16), no Hospital das Clínicas – UFPE. O movimento nacional foi definido durante Plenária Nacional realizada no dia 06 de setembro. 

O movimento grevista será deflagrado por causa do desrespeito com que os trabalhadores(as) vêm sendo tratados desde o início do governo Bolsonaro. Há mais de três anos que os empregados(as) vêm tentando fechar seu Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Mas a Empresa adota uma postura intransigente e autoritária, propondo a retirada de direitos e redução de salários, além de estar cortando direitos do conjunto da categoria, através de portarias e atos normativos.

"Além de estarmos sem reajuste há mais de quatro anos, a Ebserh quer retirar direitos importantes conquistados em acordos anteriores. Tentamos negociar por diversas vezes. A única opção que nos restou foi a greve", comentou o trabalhador da Ebserh, Lindvaldo Dias do Nascimento. "Essa decisão dos empregados e empregadas da Ebserh é muito importante. Isso porque essa empresa tem desrespeitado a categoria ao protelar um acordo e ao tentar cortar benefícios. Agora vamos à luta", comentou a diretora do Sindsep e da secretaria de empresas públicas e políticas públicas da Fenadsef, Elna Melo. 

Tentando negociar

Na última rodada de negociação, os(as) trabalhadores(as) da Ebserh apresentaram ao governo uma pauta que inclui a manutenção das cláusulas sociais do ACT vigente e uma reposição inflacionária linear de 22,30%, referente aos três anos de congelamento salarial. Além do reajuste linear, a categoria busca um aumento de R$ 600,00 aos assistentes administrativos, uma vez que eles recebem os menores salários pagos pela Ebserh, o que provoca uma disparidade, e muitos não recebem insalubridade.

Mas a Ebserh ofereceu reajuste de 20% para os ocupantes dos cargos de Assistente Administrativo e Técnicos e de 13% para os cargos assistenciais sobre a tabela salarial vigente, sem retroatividade. A proposta teve como principal objetivo dividir a categoria ao oferecer percentuais diferentes de reposição inflacionária dos salários, mas acabou surtindo um efeito contrário. A empresa também insiste em reduzir o adicional de insalubridade do salário-base para o salário mínimo, o que irá diminuir o salário de todos os trabalhadores e seria usado como moeda de troca para a concessão do reajuste proposto. 

Na última reunião de mediação dos Acordos Coletivos de Trabalho da Ebserh, a ministra do TST, Delaíde Miranda, chegou a apresentar uma contraproposta que incluía a manutenção das cláusulas sociais do atual ACT da empresa, reajuste integral linear para todos os empregados de 20%, com retroativo a partir de janeiro de 2022, além da manutenção da insalubridade da forma como se encontra. No entanto, a direção da empresa não concordou com nenhuma das propostas. 

Espalhando mentiras

Seguindo a prática do atual governo, a gestão da Ebserh chegou a espalhar mentiras para tentar colocar a categoria contra os seus representantes. A empresa emitiu uma nota com o título "Petição apresentada pelas entidades sindicais poderá adiar o desfecho das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)", que distorce a verdade em mais uma prova da falta de respeito.

Na verdade, as representações dos funcionários da Ebserh solicitaram o arquivamento de um pedido de dissídio específico requerendo a abusividade da greve que aconteceu no dia 13/05/2021. O dissídio ajuizado pela Empresa foi responsável pela suspensão da greve no dia seguinte,  uma vez que as entidades estavam sujeitas a multa. Ou seja, o arquivamento deste dissídio em nada iria influenciar o desfecho das negociações de cláusulas sociais e econômicas. Na verdade, com o seu arquivamento, os trabalhadores e trabalhadoras ficaram liberados para deflagrar a greve que inicia no próximo dia 21 de setembro, sem qualquer restrição. Esse era o temor da Ebserh.






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