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Trabalhadores em greve lutam contra assédio e sobrecarga de trabalho

Os(as) trabalhadores(as) da Ebserh tentam negociar com o governo Bolsonaro há quase quatro anos, sem nenhum sucesso


Trabalhadores em greve lutam contra assédio e sobrecarga de trabalho
Reprodução/Sindsep-PE

Sindsep-PE

Os trabalhadores e trabalhadoras da Ebserh continuam firmes e fortes em seu movimento grevista, iniciado na última quarta-feira (21/09). Atos estão sendo promovidos nos mais diversos estados onde a empresa atua. No Recife, os empregados(as) realizaram uma caminhada entre a Portaria 04 e a Portaria 01 do Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE), que é filiado à Ebserh. Em seguida, seus representantes, que integram o Comando de Greve, tiveram uma reunião com o superintendente do HC-UFPE/Ebserh, Filipe Carrilho. Estavam representando os trabalhadores a diretora do Sindsep e da secretaria de empresas públicas e políticas públicas da Fenadsef, Elna Melo, e a diretora do Sindsep e trabalhadora da Ebserh, Gislaine Fernandes.

Na reunião, as representantes dos trabalhadores solicitaram um posicionamento da superintendência acerca de casos de assédio moral que estão atingindo funcionários que estão participando da greve. Cobraram ainda que a gestão reavaliasse a sobrecarga de trabalho que está sendo repassada para os empregados(as) que não estão no movimento grevista. 

“É muito desumano o que os trabalhadores e trabalhadoras da Ebserh vêm sofrendo diante da postura da empresa de se fechar para as negociações e de querer retirar direitos fundamentais conquistados em mobilizações do passado. Abrimos mão de negociar questões como a redução de carga horária de funcionários que têm filhos deficientes. Mas não podemos abrir mão da insalubridade e perdermos parte dos nossos salários. Não nos restou outra atitude a tomar. Por isso, a greve. Estamos promovendo um movimento que obedece a todos os trâmites legais. Mas, mesmo assim, estamos sendo mais uma vez desrespeitados com assédio e pressão de chefias dos mais diversos setores”, comentou Gislaine.  

Durante a reunião, Filipe Carrilho afirmou não ter conhecimento dos assédios e sobrecarga de trabalho e se comprometeu a repassar uma circular para as chefias de cada área do Hospital, informando sobre a legitimidade da greve. “A greve é um direito dos trabalhadores, o posicionamento desta Superintendência é de apoio. Vamos tomar algumas medidas para que esses problemas não voltem a acontecer”, comentou Felipe.   

O superintendente informou que na reunião ocorrida no último dia 23 de setembro, entre os superintendentes de todo o Brasil e representantes da Ebserh, foi solicitado que a empresa iniciasse o processo de negociação com a categoria. 

Já Elna Melo destacou a importância da atuação do Sindsep na greve. “É importante que haja harmonia entre a gestão dos hospitais e os sindicatos para que nacionalmente, através da pressão dos grevistas e dos próprios superintendentes de cada hospital, os entraves que existem devido a intransigência da Ebserh sejam resolvidos na sede, em Brasília.”

Os(as) trabalhadores(as) da Ebserh tentam negociar com o governo Bolsonaro há quase quatro anos, sem nenhum sucesso. 

Foi apresentada a Ebserh uma pauta que inclui a manutenção das cláusulas sociais do ACT vigente e uma reposição inflacionária linear de 22,30%, referente aos três anos de congelamento salarial. Além do reajuste linear, a categoria busca um aumento de R$ 600,00 aos assistentes administrativos, uma vez que eles recebem os menores salários pagos pela Ebserh e muitos não recebem insalubridade.

Mas a Empresa passou três anos oferecendo reajuste zero. Em seguida, passou a pressionar os trabalhadores para aceitar a redução do adicional de insalubridade do salário-base para o salário mínimo, o que iria diminuir o salário de todos e todas. 

Na última rodada de negociação, chegou-se a um percentual de 20% para os assistentes administrativo e técnicos e de 13% para os cargos assistenciais, sem retroatividade. A proposta teve como principal objetivo dividir a categoria ao oferecer percentuais diferentes de reposição inflacionária dos salários, mas acabou surtindo um efeito contrário. Os trabalhadores e trabalhadoras ficaram indignados e teve início o movimento grevista.






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