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Situação de abandono da CEPLAC é destaque no encontro do DARA

Não há nem mesmo álcool em gel nos diversos locais de trabalho, trazendo insegurança aos servidores, em sua maioria acima de 60 anos


Situação de abandono da CEPLAC é destaque no encontro do DARA
Imagem: Pixabay

Sintsef-BA

O Sintsef-BA denunciou na última reunião do Departamento de Agricultura e Reforma Agrária (DARA) da Condsef/Fenadsef, realizada em modo virtual no último dia 11 de março, o estado de abandono em que se encontram a CEPLAC e seus trabalhadores. O Coordenador de Finanças do Núcleo Sul e representante do DARA, José Carlos Veridiano de Jesus, e a Coordenadora de Administração do Sintsef-BA, Izabel Cristina Machado, expuseram a situação crítica que a CEPLAC está passando. “Entra direção, sai direção e o problema segue sem ser resolvido. Os servidores não sabem mais o que fazer”, destacaram.

Em suas falas, os coordenadores revelaram que, embora tenha havido a convocação do governo para o retorno às atividades presenciais (contrariando a posição do Sintsef-BA, que em vão argumentou contra isso), nem a direção do órgão e nem a própria secretaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a que está vinculada, preocuparam-se em fornecer as mínimas condições para que isso acontecesse de forma segura para os trabalhadores e a população usuária dos serviços. “É uma situação onde falta o mínimo necessário para podermos continuar com o trabalho presencial. Não há nem mesmo álcool em gel nos diversos locais de trabalho, trazendo insegurança aos servidores, em sua maioria acima de 60 anos e portanto mais vulnerável ao risco de contaminação por Covid-19”, disse.

A condição dos Escritórios Locais e Estações Experimentais, que há muito não contam com acesso a internet e telefone, também é caótica, o que compromete o desempenho das atividades diárias. Na Sede, esses serviços funcionam de maneira precária. Além disso, os contratos que a CEPLAC mantinha com as empresas terceirizadas, responsáveis pela limpeza, acabaram e não foram renovados: o servidor que quiser trabalhar em um ambiente mais ou menos salubre precisa pagar o material com seus próprios recursos, além de fazer a limpeza das próprias salas e banheiros.

As circunstâncias que levaram a esse cenário de abandono enfrentado pela CEPLAC não são inéditas no serviço público, mas se agravaram consideravelmente nos últimos anos e se aproximam da barbárie no governo Bolsonaro. O descaso e o desmonte criminoso de um patrimônio que é público há muito é repudiado e combatido em reiteradas campanhas e denúncias de entidades e centrais sindicais, como o Sintsef-BA, a CUT e a Condsef/Fenadsef. São o resultado mais visível da adoção de uma política fiscal de austeridade, caracterizada pelo desmonte de políticas sociais, com cortes em setores estratégicos para beneficiar o capital financeiro. Substituem políticas públicas universais por outras mais privatistas e precarizadas.

Não faz tanto tempo assim que a CEPLAC era um órgão pujante e de extrema relevância no cenário nacional. Possuía orçamento próprio, era motivo de orgulho e respeito em suas áreas de atuação, sobretudo por causa de seu patrimônio maior: os trabalhadores. Após a perda de autonomia, encontra-se subordinada a uma secretaria do MAPA, a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI). Hoje se encontra em péssimas condições, incapaz de arcar com as próprias despesas, sendo obrigada a fechar seus laboratórios e impossibilitada de fazer manutenção local.

Há mais de 30 anos que a CEPLAC não obtém autorização para realizar concurso público capaz de renovar sua força de trabalho nas áreas científicas, técnicas ou administrativa. O Sintsef-BA é solidário à luta dos trabalhadores e lamenta que uma instituição que tem a sua missão histórica de zelar pelo crescimento do país seja assim desprezada. Seguiremos em frente para reverter este quadro e na defesa do fortalecimento e institucionalização da CEPLAC. Queremos uma instituição sólida, preparada para enfrentar os novos desafios e que siga promovendo o desenvolvimento rural e o manejo ambiental sustentável.






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