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"Sintrasef é fundamental na luta contra a EC 95 e as privatizações"

O deputado estadual Gilberto Palmares (PT) é ex-funcionário da Embratel. Com essa experiência enxerga a participação do Sintrasef como fundamental na união entre servidores federais, estaduais e funcionários de estatais para derrubar a EC 95


Foto: Reprodução/Sintrasef-RJ

Sintrasef-RJ

O deputado estadual Gilberto Palmares (PT) é ex-funcionário de empresa estatal, a Embratel. Com essa experiência enxerga a participação do Sintrasef como fundamental na união entre servidores públicos federais, estaduais e funcionários de estatais na luta para derrubar a Emenda Constitucional 95 (congela investimentos públicos por 20 anos) e promover a retomada econômica do Estado.

Candidato à reeleição, ele se dispõe a fazer a partir de seu mandato a ponte entre servidores, trabalhadores do setor privado, população e Estado, seja na defesa de empresas públicas como a Casa da Moeda; seja na reprovação de contas de quem gasta menos com a população do que deveria em nome de um arrocho financeiro questionável, como recentemente fez o governo Pezão ao cortar R$ 578 milhões da saúde pública.

Leia a entrevista abaixo:

 

SINTRASEF) O senhor é candidato à reeleição, como colocar o Rio de Janeiro mais fortemente na luta contra a Emenda Constitucional 95 (EC-95, que congela gastos públicos por 20 anos)?

Gilberto Palmares) O Rio e Janeiro é o estado mais atingido do Brasil pelo crescimento do desemprego e pela destruição da economia, então o trabalho de chamar a atenção da população para a tal da emenda que gerou o teto de gastos e agrava a situação do estado deve ser constante. Fazer esse debate de que a saída da crise econômica do Rio de Janeiro passa pelo fim da EC95, a emenda do fim do mundo, deve ser constante tanto na assembleia legislativa quanto nas ruas.

Como se dá esse debate e essas ações contra a EC95 no dia a dia de uma assembleia legislativa estadual, são nas votações e projetos?

Por exemplo, uma das razões que eu votei contra a aprovação das contas do Pezão é porque ele tinha que gastar no mínimo 12% do orçamento com Saúde e gastou só a metade, foram R$ 578 milhões a menos para a Saúde. Isso é fruto desse teto de gastos questionável e tende a se agravar.

Além da falta de investimentos do governo existe a ameaça das privatizações de empresas públicas. Qual os passos que os servidores públicos e a população podem dar para mudar esse cenário?

A participação do Sintrasef é fundamental. Ele representa os servidores públicos federais que têm interesses extremamente comuns, são categorias diferentes mas têm interesses comuns, com os trabalhadores de empresas públicas federais. Aqui no Rio por exemplo está sediada a Casa da Moeda, que é uma estatal federal ligada ao Ministério da Fazenda que está como bola da vez para ser privatizada e demitiu 212 trabalhadores recentemente. Então eu acho que ter esse olhar, saber que o Estado do Rio de Janeiro, mesmo depois das privatizações da década de 90 do governo FHC, ainda sedia um conjunto grande de empresas estatais federais, e tem instalações fortes de outras como o Banco do Brasil e a CEF, que estão sofrendo processo de esvaziamento, é necessário. Associar a manutenção dessas empresas à luta dos servidores públicos federais é necessária, e como deputado estadual eu tento ajudar nessa ligação.

O preconceito contra os servidores públicos dificulta essa união, como reverter esse preconceito?

O Collor foi eleito em 1989 como “o caçador de marajás”. E quem eram os “marajás” na cabeça do Collor? Os marajás eram os trabalhadores de empresas estatais – eu era de empresa estatal na época, a Embratel – e os servidores públicos. O que aconteceu? O Collor extinguiu empresas e demitiu dezenas de servidores públicos e de empresas federais. Então é o mesmo projeto, o projeto que busca satanizar os trabalhadores de estatais e servidores públicos para facilitar o processo de destruição do Estado. No sentido amplo desse Estado, no relacionado à União e na musculatura dos estados, como no Rio de Janeiro.

Então eu acho que a gente tem que fazer um trabalho junto à população ao contrário, para dizer, mostrar, o papel importante, fundamental, para a população dos trabalhadores da Caixa, do Banco do Brasil, dos vários servidores públicos nas várias áreas, como saúde e saneamento, por exemplo. Falta um trabalho de dizer  à população que ninguém é marajá, que são figuras que desempenham suas funções e fazem um esforço enorme para viver com dignidade, e que muitas vezes ficam muito tempo sem ter reajuste salarial. E fazer também o trabalho de esclarecimento que a população e os trabalhadores do setor privado devem estar de braços dados com os servidores públicos e os trabalhadores das empresas estatais.

Quais são suas principais propostas para que o eleitor lhe dê mais um mandato como deputado estadual?

Eu tenho tido uma atuação ampla aqui na Alerj. Sou presidente da frente parlamentar de atenção à questão da aids, tuberculose e diabetes, que é um drama que acomete a um número cada vez maior de pessoas e 40% dessas pessoas nem sabem que têm a doença. O Rio é o pior estado do Brasil em mortes por tuberculose e temos que combater, então essa é uma luta que venho travando e quero continuar travando.

O segundo eixo é a questão da mobilidade urbana, dos transportes. Eu acabei de trabalhar em uma CPI, era o vice-presidente, que provou que tem ocorrido várias mortes nos meios de transporte, inclusive na Supervia, em que a empresa tenta culpar as vítimas, mas a responsabilidade é da empresa. Nós acabamos de pedir o indiciamento da Supervia por algumas mortes de passageiros após um trabalho de vistoria em estação por estação, mostrando que os vãos entre os trens e a plataforma são muito maiores do que a norma permitiria.

Um outro ponto é que eu presido aqui na Alerj também uma frente parlamentar em defesa da Previdência. Acho que essa luta tem que continuar. Não houve, como os golpistas queriam, a destruição da previdência, mas eles não tiraram esse assunto da pauta.

E por último a questão da solidariedade permanente aos trabalhadores. Eu venho do movimento sindical da área de telecomunicações e entendo o meu mandato como um instrumento de apoio à luta dos trabalhadores da iniciativa privada, dos trabalhadores das empresas públicas e dos servidores públicos tanto estaduais como federais. Porque eu acho que para você representar o Rio de Janeiro tem que saber que o universo da classe trabalhadora é constituído por esses segmentos.

Os trabalhadores que estão na informalidade também. Ontem mesmo estive na delegacia para dar apoio a alguns camelôs que perseguidos pelo Crivella estavam detidos. Você tem um segmento grande da classe trabalhadora que está no setor informal e a gente têm um olhar, uma ligação com essa luta.

Como está vendo essa eleição em um todo; Rio, demais estados e Brasil?

Eu estou lutando pela reeleição para deputado estadual, e estou com muita esperança de ser reeleito. Eu acho que há uma tomada de consciência da população. Ela que sempre olhou a eleição como principalmente de presidente e governador, agora sabe que tem que olhar também a eleição de parlamentares.

Independente de suas simpatias partidárias, é preciso fazer um esforço de todos os setores que tem um comprometimento com as classes trabalhadoras para derrotar a direita nas eleições de sete de outubro. E derrotar a direita, independente se concordamos ou não, se temos críticas ou não ao PT, nesse momento é a candidatura Lula, Haddad, Manuela D`Ávila que tem condição. E não estou falando como alguém do PT, estou falando como alguém do movimento social, de alguém que enxerga uma opção para se derrotar a direita.






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