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Sindiserf-RS fala sobre tragédia no Museu Nacional

Em nota que repudia acusações veiculadas em matéria na Revista Veja, entidade diz que é uma grande irresponsabilidade e covardia apontar culpados de maneira tão leviana e sem a devida investigação sobre o caso


Sindiserf-RS fala sobre tragédia no Museu Nacional
Foto: Folhapress

Sindiserf-RS

NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais (Sindiserf/RS) repudia as acusações veiculadas na matéria “Os quatro responsáveis diretos pela tragédia do Museu Nacional”, publicada no blog da Revista Veja, Política com Ciência, de Sérgio Praça, em 03 de setembro. E reitera que essa tragédia é fruto do ajuste fiscal de um governo que não valoriza o serviço e nem os bens públicos.

No texto, entre as pessoas acusadas como responsáveis pelo incêndio que destruiu um dos maiores museus da história natural e de antropologia das Américas, com milhões de itens históricos, está a Superintendente de Patrimônio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Taiana Fortunato Araújo. Concursada do INMETRO há dez anos, com reputação ilibada, ela foi cedida para a UFRJ há menos de um ano. E, desde setembro de 2017, exercia o cargo.

Para o Sindiserf/RS é uma grande irresponsabilidade e covardia apontar culpados de maneira tão leviana e sem a devida investigação sobre o caso. Por isso, repudiamos as acusações e defendemos a importância de que essa tragédia seja investigada de forma criteriosa, porém sem expor ou acusar nenhum servidor público sem qualquer indício de autoria e materialidade.

Cabe ressaltar que já havia o alerta sobre riscos potenciais de incêndio no museu desde 2004, observados pelo então Secretário Estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer.

O Diretor do museu em 2004, Sérgio Alex Azevedo, chegou a dizer, em laudo desenvolvido durante sua própria gestão, que a situação elétrica do prédio era precária, recomendando uma "urgente implantação de sistema de combate a incêndio" do museu. Este laudo, de acordo com Sérgio, foi encaminhado, à época, aos Ministérios da Educação, da Cultura e de Ciência e Tecnologia, que prometeram uma verba de R$ 40 milhões para a reforma do prédio. Esta verba nunca chegou ao museu.

Em 2017, o Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi, ainda, forçado a encolher suas despesas para o mesmo patamar de 2007, devido ao corte de repasses de recursos financeiros. Apenas nos oito primeiros meses deste ano, os gastos da instituição não chegaram a 20% do total do ano passado. Numa reportagem da Folha de São Paulo, sobre o bicentenário do Museu Nacional, a situação precária e os bruscos cortes nas verbas já eram destaques. Pois, o orçamento do museu caiu de R$ 346 milhões em 2017 para 52 milhões em 2018.

Por fim, ressaltamos que o Museu Nacional, assim como toda a cultura brasileira, é vítima de anos de políticas equivocadas, e, particularmente nos últimos meses, da Emenda Constitucional (EC) 95, do governo de Michel Temer (MDB). A chamada Lei do Teto de Gastos congelou o investimento em diversas áreas como saúde e educação por 20 anos.
 
O resultado de políticas equivocadas, ao longo de vários anos, que sucateiam o bem e o serviço públicos, é esse. Também fica evidente a falta de comprometimento do atual governo com a ciência, cultura e educação desse país.
 
"A culpa nunca é minha!", diriam os verdadeiros responsáveis em Brasília. É mais fácil culpar quem realmente se dedica e trabalha, na linha de frente, em prol deste país: os servidores públicos de carreira.

À Taiana e a todos os servidores públicos deste país: nosso imenso respeito e apoio.






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