Trinta e três sindicatos começam a mobilizar os servidores federais a partir desta segunda-feira.  Assembléias regionais irão definir o esquema para a greve que poderá envolver cerca de 300 mil servidores ativos do Plano de Classificação de Cargos, o chamado PCC da União. Outros 300 mil aposentados e pensionistas devem engrossar o movimento marcado para iniciar na quarta-feira (15).

As assembléias estão sendo chamadas para esta segunda e terças-feiras de acordo com a orientação da plenária da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, realizada na manhã de sábado.

Na plenária que teve a participação de 90 delegados e nove observadores, Neide Solimões, da secretaria de Aposentados da Condsef, informou que cada sindicato vai ter seu mecanismo de preparação.

Segundo ela, alguns podem decidir não parar, mas essa alternativa está praticamente descartada, "porque o governo descumpriu todos os acordos até agora firmados". O Ministério do Planejamento apresentou uma proposta ao setor classificada como “ridícula” pelos diretores da Condsef.

A proposta prevê aumento de 65% para servidores ativos de nível superior, 59% para intermediário e 48% para auxiliar. Os percentuais, aparentemente favoráveis, devem incidir sobre uma gratificação produtivista que representa, em média, menos de um quarto dos salários da categoria.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF) denuncia a forma como o Ministério do Planejamento pretende distribuir entre os servidores públicos da União o  orçamento que será destinado ao setor. “Não vamos permitir que o trabalho que estamos realizando seja usado de forma injusta e contra nós”, avisou o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa.

A elevação para R$ 5,1 bilhões da verba para os servidores deve ser confirmada nesta terça-feira (14), quando será votada a peça orçamentária de 2006. Com este valor, a Condsef garante que os compromissos assumidos ao longo de 2005 com todos os servidores podem ser assegurados.