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Servidores se comprometem com novo ato em defesa da Previdência

No próximo 12 de julho, população mais uma vez irá às ruas contra a PEC 6. No Congresso, pressão, resistência e desarticulação do governo seguram proposta na comissão especial e Maia chantageia salário de servidores


Servidores se comprometem com novo ato em defesa da Previdência
Foto: Condsef/DR

Condsef/Fenadsef

Centrais sindicais deliberaram, na última sexta-feira, 28, por novo ato contra a reforma da Previdência, realizado em conjunto com a União dos Estudantes do Brasil (UNE), em defesa da educação pública. Além do ato nacional em Brasília no próximo 12 de julho, a Condsef/Fenadsef orienta aos servidores que se mobilizem em seus estados e cidades, coletando assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional no dia 13 de agosto, pela Central Única dos Trabalhadores.

O Secretário-geral da confederação filiada à CUT, Sérgio Ronaldo da Silva, diz que a luta não está ganha e que os servidores devem permanecer unidos e fortes contra esta reforma nefasta. "Nós entendemos que alterações previdenciárias são necessárias, mas não é nos moldes propostos pelo governo que encontramos a melhor solução, pelo contrário. Paulo Guedes não estudou nada, não entende nada de governo público. Ele quer operar o Brasil como se fosse um de seus bancos, em que pode mandar e desmandar nos trabalhadores, sem garantir respeito e dignidade. Mas ele está muito enganado", comentou.

"Os servidores federais têm sido exemplo de sensatez nessa batalha, porque somos diversos e muitos votaram em Bolsonaro, mas parece haver uma unidade de consciência grande sobre a preciosidade do nosso sistema previdenciário. Como somos nós os responsáveis por proteger o patrimônio público, estamos comprometidos com a luta do dia 12 e de todos os dias seguintes, até derrotarmos a PEC 6. Não aceitaremos chantagem", reforçou.

Sérgio Ronaldo responde a uma provocação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nesta segunda-feira, o parlamentar declarou que se o sistema não for reestruturado, os servidores vão ficar sem capacidade de receber seus salários por falta de recursos. Desde que foi entregue a PEC 6, o argumento de falência da Previdência Social tem sido cada vez mais derrubado por economistas.

Barricadas

A mobilização crescente organizada pelos movimentos sindicais e sociais tem sido eficaz no objetivo de barrar a votação. Pela vontade do governo, a proposta já deveria ter sido aprovada a esta altura. "O parlamentar que escuta sua base não tem coragem de votar uma matéria dessa, porque sabe que a população está contra essa reforma. Quem votar a favor não volta nas próximas eleições", complementou, Sérgio Ronaldo.

O próprio governo parece que também tem se empenhado em ser sua própria oposição. Não bastassem os diversos atos de protesto contra a reforma de Paulo Guedes, membros do governo e parlamentares de apoio se contradizem entre si com relação a pontos polêmicos, como a inclusão ou não de estados e municípios na proposta. O relator da comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), por exemplo, declarou no início do trabalho que incluiria servidores estaduais e municipais, mas o texto substitutivo os deixou de fora, o que fragiliza o governo.

Sob afirmação de Bolsonaro de que não iria ajudar no diálogo com governadores e prefeitos, Rodrigo Maia tem alfinetado o presidente da República. "O presidente tem papel nisso porque ajuda e o Parlamento comanda a votação, mas é uma participação coletiva", comentou. Diante das polêmicas e da pressa do governo em votar esta reforma o mais rapidamente possível, Maia deu prazo limite para reinclusão ou não de estados e municípios até amanhã, terça-feira.

Trâmites na Câmara

A discussão sobre estados e municípios marca também a pauta de reunião que Maia terá com os governadores e com o relator, Samuel Moreira, nesta terça. Após o encontro, Moreira deve apresentar uma complementação de voto na comissão especial. A expectativa de Maia é que o parecer seja votado na quarta-feira, 3, para que, na semana seguinte, comece a discussão no Plenário. A Condsef/Fenadsef, entretanto, juntamente com centenas de entidades sindicais e movimentos da sociedade civil, é contra votação da proposta no primeiro semestre e reforça necessidade de resistência e mobilização até que a PEC 6 seja totalmente derrubada.

(Com informações da CUT e Agência Câmara)






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