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Servidores públicos defendem que Planejamento honre a palavra



Servidores públicos federais realizaram na última sexta-feira (10) uma manifestação em frente ao MinistérioJoão Felicio: solidariedade (Foto: GP) do Planejamento em repúdio à proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo aos 300 mil trabalhadores regidos pelo Plano de Classificação de Cargos (PCC), que possuem os piores salários da união. Se as negociações não progredirem e o governo manter sua proposta “ridícula”, alerta a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef), o caminho será a greve.

A entidade que representa mais de 70% do total de servidores públicos do Executivo Federal articula uma paralisação nacional que também deve contar com apoio maciço de aposentados. Conforme a Condsef, a proposta do governo prevê aumento de 65% para servidores ativos de nível superior, 59% para intermediário e 48% para auxiliar. Os percentuais, aparentemente favoráveis, devem incidir sobre uma gratificação produtivista que representa, em média, menos de um quarto dos salários (já baixos) da categoria.

Aos aposentados, que recebem gratificação cerca de 30% inferior, estão sendo oferecidos aumentos percentuais ainda menores. Dos servidores lotados no PCC, apenas 55 mil estão na ativa. “A proposta discrimina a categoria e parece ser feita para acabar com os servidores que mantém a máquina pública funcionando”, denuncia Josemilton Costa, secretário-geral da CONDSEF.

Além da quebra de paridade, outro ponto considerado inaceitável foi o parcelamento do aumento a ser concedido. R$700 milhões seriam investidos agora e o restante somente em janeiro de 2007. “Para quem está há dez anos amargando arrocho salarial grave esperar um dia já é doloroso, imagine um ano”, argumentou Costa. “Com esse salário, se o governo não nos matar de raiva vai acabar nos matando de fome”, enfatizou.

OFENSA - Para a Confederação a proposta feita pelo Planejamento é ofensiva. A entidade vem travando uma luta no Congresso Nacional pelo aumento da verba destinada aos servidores federais no orçamento de 2006. Diversos parlamentares manifestaram apoio à causa. O relatório final do orçamento eleva para R$5,1bi os R$1,5bi inicialmente destinados ao setor. O movimento sindical encabeçado pela CONDSEF é citado no texto do orçamento como principal responsável pelo aumento de recursos. “Não vamos aceitar que o trabalho que estamos realizando seja usado de forma injusta e contra nós”, avisou Costa.

CAMPANHA SALARIAL - Com a presença do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, a Confederação lançou de forma simbólica sua corrida pela Campanha Salarial 2006 em frente ao Ministério do Planejamento. Na manhã de sexta (10), João Felicio entrou em contato com o ministro Paulo Bernardo solicitando explicações do governo sobre a proposta que foi apresentada aos servidores do PCC e informando sobre a indignação dos servidores públicos federais e da possibilidade de paralisação nacional. “A proposta causa preocupação e indignação. Espero que o governo apresente uma contraproposta. Se não houver melhora, vai ter greve”, afirmou o presidente da CUT. Conforme Felicio, o ministro se comprometeu em analisar o assunto e não descartou a possibilidade de um acordo. “A negociação sempre é melhor caminho”, complementou.

Na terça-feira (14) o orçamento deve finalmente ser votado. Em todos os estados, assembléias já estão sendo feitas para informar sobre a quebra do cumprimento de acordos com a categoria. A greve é inevitável.






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