Condsef/Fenadsef
Servidores do Ibram, Iphan, Biblioteca Nacional, Funarte e Ancine participaram de um encontro nacional da Cultura convocado pela Condsef/Fenadsef. A atividade aconteceu essa semana no Museu Histórico Nacional (MHN) do Rio de Janeiro. Durante dois dias a categoria promoveu um debate importante sobre os problemas ligados à Cultura, ao setor público e ao Brasil. A categoria reforçou a importância de ter uma Frente Parlamentar em defesa da Cultura atuante. "Queremos voltar a agir criando forças tarefas para dialogar com deputados e deputadas sobre nossas questões", pontuou Michel Rocha Correia, um dos representantes do Departamento de Educação e Cultura (DEC) da Confederação.
Servidores abordaram temas prioritários de sua pauta específica e da conjuntura nacional
O incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu Nacional no ano passado, danificando acervos importantes da nossa história, é marca também do descaso com políticas públicas que vem crescendo de modo alarmante principalmente a partir de 2016. Para frear esse processo, a organização da categoria foi apontada como essencial. É importante unir forças para barrar o avanço dessa política neoliberal de Estado mínimo em curso que não prioriza políticas públicas e encara servidores e serviços públicos com desdém.
Denúncias de assédio e desvio de função foram relatas no encontro. Balanços, análises e perspectivas para o próximo período estiveram em debate. A categoria quer dialogar sobre tudo isso em audiências com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e com o atual secretário especial da Cultura, Roberto Braga. O objetivo é levar a pauta específica, dialogar, negociar e cobrar providências e soluções para os pontos considerados prioritários pelos servidores.
A reforma administrativa também esteve no centro das discussões. O tema traz muitas dúvidas e tem sido um grande ponto de interrogação para os servidores. A Condsef/Fenadsef vai organizar um seminário para que servidores de toda base discutam. Uma das preocupações é que muitas mudanças propostas pelo atual governo sequer vem sendo dialogadas e sim sendo impostas.
Com frequentes declarações do governo Bolsonaro de que pretende privatizar tudo, estando a Cultura desde Michel Temer no centro dessa intenção, servidores também trataram de abordar modelos de gestão a partir de experiências das chamadas Organizações Sociais (OSs) na Saúde do Rio de Janeiro. A auditoria da dívida pública foi outro ponto abordado de uma perspectiva macro, sendo uma questão que atinge não só a Cultura, mas todo o serviço público.
Há uma preocupação que está presente no dia a dia dos servidores da Cultura. A onda de obscurantismo que tem assolado o País envolvendo, muitas vezes, representantes e figuras próximas ao governo. O episódio recente de ofensa do atual diretor da Funarte à atriz Fernanda Montenegro foi citado com preocupação. Os servidores da Cultura reiteraram e reforçaram durante o encontro a nota de apoio que foi divulgada pela Associação de Servidores da Funarte (Asserte) em defesa da atriz.
Frente a um cenário desafiador, os servidores da Cultura prometem não desistir de lutar. Resistência é a palavra de ordem. "Nossa maior arma ainda é nossa organização. A gente precisa se unir para agir e se defender e defender nossa principal bandeira: as políticas públicas de Estado que são de interesse de toda população", concluiu Correia. O relatório do encontro nacional setorial dos servidores da Cultura deverá ser divulgado na próxima semana.