Sindsep-PE
O governo federal está lançando uma série de concursos públicos para recompor o quadro de servidores em diversos órgãos. Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, o pacote de vagas para os concursos autorizados para este ano será anunciado em blocos.
Neste dia 1º de maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, o governo anunciou 98 vagas para o Ministério do Meio Ambiente e 502 vagas para a Funai. Os dois órgãos foram completamente desmontados durante o governo Bolsonaro. No último mês de abril, o governo Lula já havia autorizado a abertura de 814 vagas para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Entre as vagas, há 296 postos para analista em ciência e tecnologia, 253 para pesquisador e 265 para tecnologista. Outra área que não teve nenhum investimento durante o governo do negacionista.
O governo também já indicou a abertura de 30 vagas para o cargo de terceiro-secretário da carreira da diplomacia no Ministério das Relações Exteriores. O Ministério da Gestão também autorizou a nomeação de 40 candidatos a especialistas em recursos minerais já aprovados em concurso público para a Agência Nacional de Mineração, do Ministério de Minas e Energia.
“O governo recebeu a demanda dos trabalhadores e está realizando um raio x de cada órgão federal. A ideia deles é a de priorizar os órgãos com maior déficit de pessoal. Mas novos concursos serão anunciados em breve”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
Uma em cada três vagas do serviço público federal está desocupada, o que equivale a cerca de 34% das vagas. Em 42 áreas do governo, das 192 existentes, a desocupação já superou o número de vagas preenchidas. A redução de pessoal acaba levando a uma sobrecarga de trabalho para os servidores da ativa. Já a sociedade é afetada com a falha em serviços como os de fiscalização de condições e ambientes de trabalho, demarcação de terras para a reforma agrária, proteção de terras indígenas e a realização de perícias médicas.
Um dos casos mais graves é o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O Instituto tem 24,3 mil postos vagos. Um número maior que os 19,1 mil servidores que estão atualmente na ativa. A maior parte das vagas desocupadas é para técnico de seguro social (20,9 mil) e para analista do seguro social (2,4 mil). Os dois cargos são essenciais para analisar a concessão de benefícios.
No caso de peritos médicos, responsáveis pelas perícias, existe uma carência, estimada pela própria categoria, superior a 3 mil servidores. Há 12 anos que não é aberto concurso. Com isso, o tempo médio de análise passou de oito dias, em 2019, para cerca de nove meses, hoje em dia, em alguns estados do Nordeste.
Depois de vários anos sem reposição salarial, este foi o primeiro Dia do Trabalhador e da Trabalhadora que os servidores federais puderam comemorar. Isso porque o presidente Lula sancionou, na sexta-feira (28), a lei que reajusta em 9% os salários dos servidores, incluindo aposentados e pensionistas. No mesmo dia também foi editada uma Medida Provisória garantindo o reajuste.
Lula anunciou ainda a volta da política de valorização do salário mínimo, além do novo valor de R$ 1.320 a partir deste mês de maio. Nos governos anteriores de Lula e Dilma, o salário valorizou 74% acima da inflação. O anúncio foi feito durante ato unificado da CUT e demais centrais em comemoração ao 1º de Maio, realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Lula também garantiu a isenção de imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640) e prometeu que até o final deste mandato a isenção chegará a R$ 5 mil.
No Recife, houve um ato político-cultural na praia do Pina, com a participação do Sindsep-PE (foto).