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Senado aprova piso da enfermagem. A luta agora será na Câmara Federal

Para aprovar o piso, os profissionais estão enfrentando a resistência do setor privado da saúde. Mas a atuação da Condsef/Fenadsef, Sindsep-PE, Confetam, além de outros sindicatos de servidores espalhados pelo Brasil, está sendo bastante eficiente


Senado aprova piso da enfermagem. A luta agora será na Câmara Federal
Reprodução

Sindsep-PE

Depois de muita mobilização dos profissionais da enfermagem, o Senado Federal aprovou o piso salarial nacional para a categoria, atrelado a uma carga horária de 30 horas semanais. O PL 2564/2020 concede um piso de R$ 4.750 mensais para enfermeiros(as), R$ 3.325 para técnicos(as) de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. A proposta foi aprovada nessa quarta-feira (24) e agora segue para análise da Câmara dos Deputados. 

Na linha de frente do combate à pandemia da Covid-19 e salvando milhares de vidas, os(as) profissionais da enfermagem de todo o país lutam pela valorização de seu trabalho. “Essa é uma luta de mais de duas décadas. Infelizmente tivemos que passar por uma pandemia, que está levando muitas vidas, para que o nosso trabalho fosse reconhecido e aplaudido por muitos brasileiros. Mas também precisamos de reconhecimento profissional, além de aplausos. E acreditamos que, finalmente, isso irá acontecer”, comentou a técnica de enfermagem da Ebserh, Michelle Santana da Silva. 

Michelle destacou que hoje em dia os hospitais abrem seleção profissional oferecendo qualquer salário. “Recentemente, um hospital do Recife abriu seleção para enfermeiros, com carga horária de 40 horas e salário de R$ 1500. É um valor muito baixo para quem passou anos estudando e ainda teve que fazer especialização”, disse. 

Para aprovar o piso, os profissionais estão enfrentando a resistência do setor privado da saúde, contrário ao pagamento de salários dignos. Entidades particulares do sistema de saúde chegaram a enviar um ofício ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), para que ele não colocasse a proposta em votação.

Mas a atuação da Condsef/Fenadsef, Sindsep-PE, da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Cofetam), além de outros sindicatos de servidores públicos espalhados pelo Brasil, está sendo bastante eficiente. Essas entidades estão mantendo diálogo permanente com organizações e entidades representativas da categoria, como os Conselhos de Enfermagem Federal e os Conselhos Estaduais para somarem força à reivindicação. 

Levando em consideração que a maior parte dos profissionais da saúde atuam nos municípios, as entidades representativas também estão cobrando das Câmaras Municipais o apoio ao projeto. A estratégia é angariar o apoio dos legislativos municipais, que então mobilizam suas bases – os deputados estaduais – para que sejam encaminhadas moções à Brasília em defesa do PL 2564.   

“A aprovação do PL2564 no Senado é uma conquista importantíssima, mas não acabou. Precisamos manter a  mobilização, porque agora o PL passará pela Câmara dos Deputados e sabemos que haverá muita pressão dos Empresários do ramo hospitalar”, comentou a diretora do Sindsep e funcionária da Ebserh, Gislaine Fernandes. 

Atualmente, a enfermagem conta com mais de dois milhões de trabalhadores em todo o Brasil. A maioria atua nas Prefeituras como enfermeiros, auxiliares técnicos e parteiras. É uma categoria composta por 89% de mulheres que têm dupla e tripla jornada, ou seja, mais de um emprego, além da jornada doméstica. "Muitas são chefes de família que trabalham diuturnamente para sustentar e educar sozinhas os seus filhos. Nada mais justo que este reconhecimento”, concluiu Gislaine. 






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