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Rodrigo Maia: Só um Estado forte e ágil vence o vírus

Em artigo, presidente da Câmara afirma que só união e coordenação darão conta do caos


Rodrigo Maia: Só um Estado forte e ágil vence o vírus
Foto: Marcelo Camargo/Abr

O Globo

O início e o alastramento da pandemia do Covid-19 pelo mundo impuseram a necessidade de ações rápidas. Naturalmente, as primeiras medidas voltaram-se para proteger oscidadãos e forçar o isolamento. Isso ocorreu predominantemente na China e em menor grau, posteriormente, na Europa e nos Estados Unidos .

A oferta de soluções diversas para osproblemas imediatos de saúde logo cedeu espaço para o debate sobre os efeitos econômicos e sociais da crise.

Urge ampliar os gastos extraordinários na área da saúde, pois é vital deter o avanço da contaminação pelo vírus Covid-19. Eventuais desperdícios dessas verbasdisponibilizadas em caráter excepcional podem ser evitados lançando-se mão das ferramentas criadas a partir das sofistica das curvas formuladas em tempo real pelos economistas . Essas curvas são explicadas didaticamente pela imprensa; as explicações ganharam as redes sociais , onde são debatidas pela sociedade.

É normal que não haja suficientecerteza sobre os efeitos maléficos dessa crise, tampouco quanto às medidas que devem ser tomadas para mitigá-los. Há inúmeraspropostas apresentadas pelas empresas, por associações, pela sociedade civil organizada , pelos intelectuais.

Existe, contudo,  muita assimetria de informação . Isso ocorre num momento em que as notícias circulam abundantemente e de forma muito rápida. Nesse contexto, só um Estado forte, unido e coordenado dará conta do caos e oferecerá soluções ao cidadão.

A sociedade precisa de previsibilidade, e isso só o Estado pode oferecer neste momento. Não se trata de superestimar os efeitos da pandemia . É preciso fazer o cidadão voltar a confiar no Estado.

Para conquistar essa confiança é preciso comunicar com clareza o planejamento dasações que estão a ser pensadas. Provavelmente, haverá mudançasem algumas das ações previstas inicialmente. Os dados e o cenários e alteram a cada dia, e é até recomendável que os planos sejam revistos à medida que avança o conhecimento do inimigo – o vírus e suas curvas de propagação. Mas o norte tem de ser, sempre , claro e convergente . É essencial coordenar as ações entre a saúde e a economia , evitando que pessoas que não morram da doença terminemvitimadas pela fome. É um equilíbrio difícil.

A ocorrência de erros e de acertos nessa guerra contra o vírus era esperado. Tanto aqui, quanto lá fora. Olhando para trás, e para o sucesso e o fracasso daexperiência dos países atingidos pela pandemia antes do Brasil , é fundamental ter humildade para aprender lições e reverter as açõesque porventura tenham se mostrado precipitadas.

Falar em fechamento de rodovias , apartando municípios e às vezes regiões inteiras do resto do país, ainda faz sentido? Isso foi posto sobre as mesas de debate. É correto? A resposta depende de uma construção coletiva e cooperativa dos vá ios entes da federação, coordenadas num mesmo sentido. À disposição deles, há uma infinidade de dados einformações, além de excelentes técnicos dispostos a ajudar.

O mesmo precisa ocorrer na área econômica , com relação ao socorroàs empresas e à proteção do emprego. Muitos são os atores envolvidos. Sou do Parlamento , o Congresso é a minha área de atuação central.

E o Parlamento brasileiro tem contribuído para odebate e para tornar ágeis as políticas de enfrentamento dessa pandemia . Jamais faltamos ao país, nós deputados e senadores , e nunca faltaremos, nos momentos cruciais em que sabemos estar ao lado da construção de soluções. É imprescindível haver organização, rotinas e coordenação da porta para dentro.

Não se sabe qual será o final dahistória, mas é preciso construir o roteiro do filme com base nas análises existentes. Não basta um álbum de fotografias, em que cada uma delas é trocada todos os dias, deixando rasgos e buracos para trás.

Nunca foi tão urgente colocar em prática a coordenaçãoentre os poderes da República . Começarmos concordando com um diagnóstico baseado em evidências empíricas e não em opiniões , além de um claro objetivo comum no curto , no médio e no longo prazo , é o melhor passo a dar a fim de avançarmos na proteção do Brasil e dos brasileiros.

(*) Deputado federal pelo DEM-RJ. Presidente da Câmara dos Deputados






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