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Profissionais da saúde pedem soluções e criticam ameaça de demissão de Mandetta

"É hora de resolutividade. Precisamos de soluções, não de mais instabilidade. Há pessoas morrendo", comentou Ricardo Abel, representante dos empregados da Ebserh que estão na linha de frente do combate à Covid-19


Profissionais da saúde pedem soluções e criticam ameaça de demissão de Mandetta
Crise institucional preocupa linha de frente (Foto: Sérgio Lima/Poder360)

Condsef/Fenadsef

Ao longo de toda essa segunda-feira, 6, informações deram conta de que o presidente Jair Bolsonaro iria demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ao final do dia as notícias eram de que a demissão ficou na ameaça. Os sinais, no entanto, mostram o desgate e a crise institucional no governo brasileiro em meio a uma pandemia grave que afeta o mundo inteiro. Bolsonaro convocou Osmar Terra para uma reunião ministerial, o ex-ministro da Cidadania é apontado como provável substituto de Mandetta e teria uma linha para o combate a pandemia por Covid-19 próxima ao que o presidente vem defendendo: pôr fim ao isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e seguido por líderes governamentais do mundo todo. Assim como Bolsonaro, Terra sofreu sanções do Twitter por compartilhar informações anti-quarentena. Nessa terça, 7, Dia Mundial da Saúde, aplausos nas janelas às 20h30 vão marcar a defesa do SUS e dos profissionais da saúde.  

A negação dos fatos, dos números, da ciência e do que recomendam os profissinais da saúde não está sendo bem recebida pela população brasileira. Pesquisa divulgada na última sexta, 3, pelo Datafolha mostra que 76% da população é favorável as recomendações e determinações do Ministério da Saúde e aprova ações comandadas por Mandetta. Na base da Condsef/Fenadsef, empregados da Ebserh que estão na linha de frente do combate à Covid-19 criticam a instabilidade que Bolsonaro traz ao cenário ameaçando a demissão de seu ministro que tem feito um trabalho competente frente a essa crise de saúde pública. "É hora de resolutividade. Precisamos de soluções, não de mais instabilidade. Há pessoas morrendo", comentou Ricardo Abel, representante dos empregados da Ebserh na Condsef/Fenadsef.

No Ministério da Saúde a informação entre diversos servidores é de que a saída de Mandetta provocaria um impacto grave no trabalho que vem sendo desenvolvido no combate à Covid-19. Alguns acreditam na possibilidade de entrega de cargos em massa dentro do ministério. Para a Confederação, diante da crise que já existe e tem ser enfrentada, é preciso que sejam deixados de lado quaisquer desentendimentos institucionais. "O presidente da República deveria fazer jus ao cargo que ocupa e conduzir com responsabilidade essa crise. Promover divisionismos motivados por achismos não nos ajudará em nada. Os desafios que temos não são poucos e o chefe do Executivo não pode ser foco de ainda mais problemas", avalia Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. "Nós que representamos servidores e empregados públicos que estão atuando diretamente nessa crise exigimos que o governo apresente as soluções aos problemas e não mais conflitos", acrescentou.

Como tentativa de contornar a situação, o Ministério da Saúde apresentou proposta para flexibilizar o isolamento apenas em cidades onde houver 50% dos leitos do sistema de saúde disponíveis. A media passaria a valer a partir da próxima segunda, dia 13.

Vidas em risco

A pandemia já fez 562 vítimas no Brasil. Além de muitos afastados por ter contraído o vírus, há profissionais da saúde que já perderam a vida. A morte de uma técnica em enfermagem de 38 anos, sem histórico de problemas de saúde, no estado de Goiás, comoveu muitos brasileiros. Adelita Ribeiro da Silva tinha participado de uma campanha que pedia que as pessoas ficassem em casa para auxiliar os profissionais da linha de frente a combater a pandemia. Em Pernambuco a morte de outra profissional de saúde também gerou reações. "Quantos vão precisar morrer para que o presidente perceba que estamos diante de uma ameaça grave que não será resolvida na base de achismos?", questionou Sérgio Ronaldo.

Sobre priorizar economia ou saúde o secretário-geral acrescenta. "Não há economia sem vida. Alternativas estão sendo apontadas por diversos especialistas. Temos condições de passar por essa crise e não precisamos sacrificar a classe trabalhadora para isso. Não resolveremos isso arriscando milhares de vidas, nem com cortes de salários, mais desemprego ou tirando nossas formas de sustento. O Estado precisa responder com agilidade a essas questões. E para nós a revogação imediata da EC 95, do teto de gastos, continua sendo essencial e urgente".






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