Na audiência, que durou mais de 3 horas, a CONDSEF levou ao conhecimento do presidente o repúdio dos servidores públicos com a falta de compromisso por parte do Ministério do Planejamento que descumpriu uma série de acordos firmados com a categoria.

O presidente se mostrou surpreso ao tomar conhecimento do descumprimento dos acordos firmados com a categoria por meio do Ministério do Planejamento e informou que irá interferir junto ao ministro Paulo Bernardo para a solução desses impasses. "Lula nos prometeu que durante a viagem que fará hoje (17) com a presença de Paulo Bernardo irá tratar desses impasses ocorridos entre governo e servidores públicos", disse Pedro Armengol, diretor da CONDSEF que representou a entidade ontem na audiência. "O presidente nos disse que na opinião dele para haver confiabilidade entre as partes num processo de negociação é preciso que os compromissos sejam cumpridos de parte a parte", completou Pedro.

Ao suspender o movimento grevista que caminhava forte em todo o País os servidores públicos representados pela CONDSEF cumpriram sua parte no acordo feito com o governo. Por sua vez, o ministro do Planejamento, que havia se comprometido a firmar uma agenda de negociação entre servidores e governo que culminariam com o fechamento de uma proposta para as principais demandas da categoria, cancelou as reuniões que haviam sido previamente agendadas e não voltaram a receber os servidores que ainda aguardam o cumprimento dos acordos firmados.

Os compromissos não assumidos

Entre os compromissos com a CONDSEF e ainda não assumidos pelo governo está a extensão dos 47,11% para os servidores da Saúde e Trabalho, antecipação de Plano de Carreira para os servidores do Plano de Classificação de Cargos (PCCs), uma gratificação de campo e lotação dos servidores da Funasa. "A CONDSEF espera agora que com a interferência direta do presidente Lula esse quadro possa se reverter a nosso favor", disse Pedro Armengol.

Repúdio também contra a corrupção e a política econômica

Durante a audiência as entidades presentes reforçaram a necessidade de uma sinalização concreta por parte do governo para mudanças urgentes na política macroeconômica com redução da taxa de juros e do superávit primário. As entidades pediram também mais investimentos nas políticas públicas e uma Reforma Política que leve em conta o financiamento público de campanhas eleitorais e de mecanismos que inibam os casos de corrupção que levaram o País à atual crise política.

"Avaliamos a audiência como positiva, tanto na questão geral que envolveu as discussões da necessidade de uma reforma política, econômica e combate agressivo à corrupção como também nas questões específicas dos servidores públicos onde esclarecemos ao presidente sobre os processos de negociação com o governo, solicitando sua intervenção direta junto aos seus ministros no sentido de efetivarmos um processo de negociação que realmente democratize as relações entre os servidores públicos e o Estado brasileiro que é o que esperamos deste governo", concluiu o diretor da CONDSEF.