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Pandemia deixa claro desprezo de Bolsonaro pelos serviços públicos

Jurandir Liberal lembra que o Brasil só está passando pelo caos atual, com infraestrutura e equipamentos muito abaixo do necessário para enfrentamento da pandemia, graças ao desinvestimento feito nos últimos anos no setor público brasileiro


Pandemia deixa claro desprezo de Bolsonaro pelos serviços públicos
Jurandir Liberal (Foto: Sindsep-PE)

Sindsep-PE

O projeto de desmonte do serviço público e o desprezo pelos servidores e pela população brasileira como um todo, por parte do governo Jair Bolsonaro, fica muito claro neste momento de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O número de mortes avança em todas as cidades dos diversos estados do Brasil – o país se tornou o epicentro da pandemia no mundo nesta quarta-feira (27 de maio), com o número de 1.039 mortes em 24 horas, totalizando mais de 24.6 mil óbitos.

“Enquanto isso, Bolsonaro fala em gripezinha, troca de ministros da Saúde como se troca camisa e tenta convencer a população a usar um medicamento que não cura o vírus e ainda provoca mortes por efeitos colaterais”, destacou o diretor da Executiva da Condsef/Fenadsef, Jurandir Liberal (Foto). 

Jurandir Liberal lembra que o Brasil só está passando pela situação de caos atual, com infraestrutura e equipamentos muito abaixo do necessário para enfrentamento da pandemia, graças ao desinvestimento feito nos últimos anos no setor público brasileiro. Caso este governo priorizasse investimentos no setor público, hoje o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos melhores e mais democráticos modelos de sistema de saúde do mundo, estaria bem mais estruturado para atender a população brasileira. 

“O SUS, assim como as demais políticas públicas, nas mais diversas áreas, deve ser fortalecido. E isso ficou muito claro nesse momento. A grande massa da população desse país necessita dos serviços públicos desde o momento em que nasce até o momento em que morre. Por isso, defender o serviço público não é tarefa apenas de servidor ou sindicalista, mas de todos os cidadãos e cidadãs que compreendam a importância de um serviço público de qualidade para o uso de toda a população”, alertou Jurandir Liberal. 

Caminho contrário

Mas ao contrário de valorizar o serviço público, Bolsonaro tem trabalhado, desde o início do seu governo para promover o desmonte do setor. Primeiro manteve a Emenda Constitucional 95, aprovada no Governo Temer, que congelou todos os investimentos do Estado Brasileiro por 20 anos. Só o SUS perdeu R$ 20 bilhões, apenas em 2019, com os cortes. Além disso, Bolsonaro suspendeu os concursos públicos para novos servidores, enquanto milhares deles estão se aposentando. Ao final de 2019, o governo tinha 607.833 servidores públicos na ativa, 22.856 a menos do que em 2018. O governo também acaba de congelar os salários dos servidores federais e pressionou os governadores para que eles apoiassem o congelamento dos salários dos servidores estaduais e municipais. 

“Além de atacar os serviços públicos e seus servidores, o governo tentou desmobilizar o único movimento que pode defendê-los que é o movimento sindical com a tentativa de retirar a contribuição sindical dos contracheques desses trabalhadores”, comentou Liberal.   

Mas esse governo não maltrata apenas os servidores. Com a sua política, a população mais vulnerável, que mais precisa dos serviços públicos, é a que mais sofre. Um exemplo foi o atraso para pagamento do auxílio emergencial pago para a população mais vulnerável. Primeiro o governo só queria pagar R$ 200. Mas graças à pressão dos senadores e deputados, o valor passou a ser de R$600. 

“No entanto, o governo atrasou e dificultou o pagamento para milhares de pessoas. Isso por má vontade e falta de planejamento. Quando, desde janeiro, já se sabia que o vírus chegaria ao Brasil. Importante destacarmos os esforços dos trabalhadores da CEF para atender da melhor forma a todos”, sublinhou Jurandir.

Granadas para os servidores 

O episódio da divulgação do vídeo, por parte do ministro do STF, Celso de Mello, em que Jair Bolsonaro se reúne com seus ministro, deixou ainda mais evidente o descompromisso desse governo com o Brasil, a sua população e os servidores. “Enquanto a pandemia avançava no Brasil, Bolsonaro desferia dezenas de palavrões se mostrando preocupado apenas com a mudança na Polícia Federal”, afirmou Jurandir Liberal.   

Mas Bolsonaro não estava sozinho. Referindo-se aos servidores públicos, o ministro da Economia disse: “Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário”.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alertou aos presentes sobre o que considerava ser uma oportunidade trazida pela pandemia da Covid-19. Para ele, o governo deveria aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia está voltada para o novo coronavírus para mudar regras ligadas à proteção ambiental e à área de agricultura e evitar críticas e processos na Justiça. A ideia é beneficiar o agronegócio com o afrouxamento de regras para o desmatamento e grilagem de terras. “Enquanto isso, o Ibama emitiu uma portaria, recentemente, para impedir que os servidores possa usar suas redes sociais particulares para criticar as políticas desse governo e defender o meio ambiente”, informou Jurandir.  

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou em prender governadores e prefeitos por eles estarem adotando medidas importantes para enfrentamento à pandemia da covid-19. Medidas que deveriam ser adotadas pelo Governo Federal para todo o Brasil.   

Já o ministro da Educação, Abrahan Weintraub, além de defender a prisão dos ministros do STF disse: “Odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio o povo Cigano. Quer, quer. Não quer, sai de ré”, em flagrante desrespeito aos povos originários desse país.






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