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Ou eliminamos o racismo estrutural ou será impossível evoluir

Para o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, a luta antirracista que cresce a cada dia é fundamental e o primeiro passo para buscar a mudança é aceitar e reconhecer o racismo


Ou eliminamos o racismo estrutural ou será impossível evoluir
Reprodução

Condsef/Fenadsef

Não consigo respirar. A frase repetida por diversas vezes por George Floyd antes de ser assassinado, em maio desse ano, estrangulado por um policial branco, em Minneapolis, segue ecoando e fazendo vítimas pelo mundo. Ontem, no Brasil, véspera do Dia da Consciência Negra que marca nessa sexta-feira a luta contra o racismo estrutural que mata a cada 23 minutos uma pessoa negra no país, a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado por um policial militar e um segurança em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, ressoa e faz ouvir os gritos de milhões de vozes negras que buscam respirar justiça, dignidade e respeito. 

Atos contra o assassinato de João Alberto se espalharam hoje pelo País e a hashtag #justicaporbeto foi destaque nas redes sociais. Em frente a lojas do próprio carrefour manifestantes gritavam e repetiam a frase de Floyd "eu não consigo respirar" e "vidas negras importam". Além da violência que mata e ameaça a vida de milhões de negros e negras, o racismo estrutural é causa dos mais graves problemas econômicos e sociais que devemos eliminar. "Só haverá democracia quando não houver racismo", afirmam aqueles que por meio de muitas batalhas vão se inserindo nos espaços que lhes foram negados por séculos. 

Mesmo frente a todas as marcas, estatísticas e histórias que atestam o racismo no Brasil, o vice presidente Hamilton Mourão, fez uma declaração que reforça a face negacionista do governo Bolsonaro.

Para o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, a luta antirracista que cresce a cada dia é fundamental e o primeiro passo para buscar a mudança é aceitar e reconhecer o racismo. 

O dia foi de dor, mas de muita luta. Acompanhe conosco episódio 83 desse Conversa Pública que marca o Dia da Consciência Negra. 

Se a luta antirracista tem avançado no Brasil e no mundo é fato que ainda há muito que combater. São os negros os que mais sofrem com a violência policial, os que mais sofrem com o desemprego e os mais afetados pela desigualdade social. Dados divulgados hoje pelo Dieese apontam que no mercado de trabalho apenas 1,9% de mulheres negras ocupam cargos em direção, entre os homens apenas 2,4%. São também as mulheres negras as pior remuneradas pelo mercado de trabalho. Mais de 40% delas estão em cargos subtitilizados. Entre os homens negros 45% executam trabalho desprotegido, aquele sem qualquer direito. 

Racismo institucional de Estado

Os negros também são os que mais dependem dos serviços públicos, principalmente os essenciais como saúde e previdência. Dados mostram que são os negros e negras as maiores vítimas da covid-19 no Brasil. Por isso, também a reforma Administrativa que o governo Bolsonaro e a maioria do Congresso pretendem aprovar irá prejudicar diretamente as pessoas negras. A reforma diminui a assistência social e piora os serviços públicos e é, por isso que para o Fonasefe, fórum das entidades que representam servidores federais, do qual a condsef faz parte, a PEC 32 pode ser considerada racismo institucional de Estado e deve ser combatida também desse ponto de vista. 

A diretora da Secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da Condsef, Erilza Galvão, fala da questão racial aflorada pela Covid-19 e no empenho da luta para que tenhamos uma sociedade livre de racismo. 

E hoje a CUT realizou em parceria com a TVT um programa especial sobre racismo estrutural e democracia racial. Essa maravilhosa que vocês ouviram agora foi a participação de Lô na programação cultural da live que teve muita informação de combate ao racismo e dados sobre a realidade da população negra no mundo do trabalho e da vida. Se não viu corre pra ver nos canais da CUT e da TVT. A gente também compartilhou a live no Facebook e no Twitter da Condsef. Vale a pena conferir. 

E dando continuidade as dicas culturais selecionadas pela secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual para o mês da consciência negra indicamos aqui a série "Entrevista - Branquitude" produzida pela Canal Futura. A série estreou no dia 5 de outubro e vai ao ar às segundas-feiras às 20h45. São mais de 20 episódios numa temporada que debate desigualdade racial, violências contra a população negra sob o prima da branquitude e a responsabilidade da população branca na manutenção do racismo no Brasil. É pra refletir e ajudar a avançar a luta pela eliminação do racismo estrutural em nosso país.

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