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Obra de Jorge Portugal é eterna e seguirá inspirando nossas lutas

Os inúmeros relatos e depoimentos carinhosos que ora recebe de fãs, ex-alunos, amigos e colegas, mostram que sua missão foi cumprida com êxito. O Sintsef-BA faz coro às homenagens


Obra de Jorge Portugal é eterna e seguirá inspirando nossas lutas
Foto : Reprodução / Radiometrópole / Facebook Jorge Portugal

Sintsef-BA

“Quanto mais a gente ensina, mais aprende o que ensinou”. O autor dos versos que definiram tão bem o processo contínuo de descoberta e aprendizagem na formação dos indivíduos se calou na última segunda-feira, 3.

Poeta, letrista, professor, apresentador, ex-secretário de cultura do estado da Bahia, Jorge Portugal faleceu precocemente, às vésperas de completar 64 anos, em função de uma falência cardíaca aguda.

Dono de uma inquietude que só não era maior que sua inteligência e sensibilidade, Portugal teve a vida pública integralmente dedicada a promover cultura e cidadania. “Soube viver e interpretar a sociedade e suas angústias em tempos sombrios e duvidosos”, como um de seus amigos próximos bem definiu. Os versos de “14 de maio”, composta com Lazzo Matumbi, são prova disso: uma potente reflexão sobre a abolição da escravatura que só ficou no papel, pois não criou condições para que a população negra pudesse ser inserida plenamente na sociedade:

“No dia 14 de maio ninguém me deu bola
Eu tive que ser bom de bola pra sobreviver
Nenhuma lição, não havia lugar na escola
Pensaram que poderiam me fazer perder
Mas minha alma resiste, o meu corpo é de luta
Eu sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meu
A coisa mais certa tem que ser a coisa mais justa
Eu sou o que sou pois agora eu sei quem sou eu”

Os inúmeros relatos e depoimentos carinhosos que ora recebe de fãs, ex-alunos, amigos e colegas, mostram que sua missão foi cumprida com êxito. O Sintsef-BA faz coro às homenagens e espera que a beleza de canções como “A Beira e o Mar” (uma parceria com Roberto Mendes) nos inspire e ajude a iluminar a caminhada por esses dias tão difíceis e sombrios:

“Mesmo que desamanheça e o mundo possa parar
Nem nada mais se pareça, invento outro lugar
Faço subir à cabeça o meu poder de sonhar
Faço que a mão obedeça o que o coração mandar”






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