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Mundo do trabalho, economia e organização da classe trabalhadora em debate

Uma metodologia dinâmica trouxe para debate, o porquê, do Brasil viver uma profunda mudança econômica, social e política que caminha para uma fusão de ultraliberalismo e fascismo


Mundo do trabalho, economia e organização da classe trabalhadora em debate
Foto: Sindsep-AP

Sindsep-AP

Reação. Essa foi a mensagem deixada por Helder Molina durante o debate realizado ontem, 22 no auditório do Sindsep/AP. O evento que foi organizado pela secretaria de formação da entidade trouxe à baila o tema “As mudanças na Economia, no Mundo do Trabalho e na Organização da Classe Trabalhadora no Brasil e no Mundo”.

Durante 4 horas, o professor Helder Molina, historiador, Mestre em Educação, Doutor em Políticas Públicas, Professor da Faculdade de Educação da UERJ palestrou para um público seleto formado, principalmente por sindicalistas, diga-se de passagem, com formação intelectual diversificada. Uma metodologia dinâmica trouxe para debate, o porquê, do Brasil viver uma profunda mudança econômica, social e política que caminha para uma fusão de ultraliberalismo e fascismo. 

Para explicar esse (porquê?), o historiador parte do principio que o Brasil é um país de origem escravocrata e que através da força desse trabalho acumulou capital. O resultado é o abismo entre a riqueza e a pobreza que paira sobre a nação desde sua formação que pode ser visto através da exclusão e concentração de riqueza que deu origem a desigualdade histórica contra a qual se luta.

A contradição é explícita, pois o trabalhador que produz a riqueza é o que fica apenas com as migalhas. O Brasil que possui essa riqueza é dependente do capital internacional, pois vende sua matéria prima e compra produtos destas, com preços elevados que o trabalhador não tem acesso por suas condições de trabalho.

Contudo durante um período o país começou a mudar, a esquerda chega ao centro do poder, poder este conquistado pela luta de trabalhadores, mulheres, grupos LGBTs, inclusive crianças conquistaram esse poder através da garantia de seus direitos. O fato é que não ouve proteção a esse poder que incomodou a elite que não permite o estado de bem estar social, a elite é acostumada a usufruir sozinha dos bens e direitos, o resultado foi as eleições que trouxeram de volta esta elite que tem como objetivo único a destruição desse poder conquistado pela classe trabalhadora.

A Constituição de 88 é o maior alvo, pois é uma constituição cidadã que criou direitos sociais, um avanço gigantesco para um país de origem escravocrata. O desmonte de aproximadamente 70 anos de tentativa de democratizar o estado brasileiro é o que o atual governo brasileiro faz, numa continuação ao governo pós-golpe de 2016.

Mas o que a esquerda brasileira está fazendo para reverter isso? O que a América Latina está fazendo para resistir? Que estratégia a comunicação tem para dialogar com o povo?

Molina ressalta que se faz necessário sair da zona de conforto, sair dos grupos e das bolhas, é preciso chegar até o povo, mostrar como essa engrenagem funciona. Para tanto somente o estudo é capaz de apontar direção. É preciso construir um grupo forte que seja contínuo e não agregue membros apenas quando está no poder, mas que seja coeso e tenha o sentimento de pertencimento para que não se desmanche quando apenas a luta restar.

O trabalho realizado pelas igrejas evangélicas foi exemplo de ação, pois as mesmas vão à campo em busca de seu rebanho, levam a pregação, levam alento e acabam tornando-se uma espécie de terapia, de luz, onde não se tinha esperança.

A unidade política vai surgir quando as reuniões, ações saírem para rua e praças e o povo começar ver que algo está acontecendo e podem se juntar. Essas ações devem ser trabalhadas a partir das expectativas do povo.

“Em tempos de guerra é preciso aproximação, união de forças para defender o que é nosso”. Disse Molina.

O Sindsep Amapá sempre a frente, promoveu o debate mostrando sua preocupação com situação pela qual passam os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros compreendendo que esse foi mais um momento de formação e aprendizagem que deve ser compartilhado para que haja reação e a luta continue.






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