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Milhares aderem à paralisação nacional dos professores contra cortes da Educação

Protestos realizados em todo o Brasil defendem universidades e institutos federais, além da aposentadoria pública. Atos são um "esquenta" para a Greve Geral de 14 de junho, contra a Reforma da Previdência


Milhares aderem à paralisação nacional dos professores contra cortes da Educação
Foto: Condsef/DR

Condsef/Fenadsef

"Não vai ter corte, vai ter luta! O tsunami chegou!", gritaram os 50 mil manifestantes em defesa da Educação e da Previdência Social que foram para a frente do Congresso Nacional, nesta quarta-feira, 15. O protesto, um dos maiores vistos na capital federal nos últimos anos, marcou a paralisação nacional dos professores contra a restrição financeira das instituições públicas federais e deu uma prévia da Greve Geral que se aproxima, agendada para 14 de junho.

A fala dos manifestantes foi uma resposta à recente declaração de Bolsonaro frente às dificuldades enfrentadas pelo governo, resultado da mobilização e resistência da sociedade organizada. "Talvez tenha um tsunami na semana que vem", declarou a jornalistas na última sexta-feira, 10, sem explicar ao certo o que poderia ser. Os protestantes assumiram a responsabilidade. O tsunami é a fúria do povo que deseja um país justo. Dos Estados Unidos, Bolsonaro comentou sobre os protestos e chamou os manifestantes de "idiotas úteis". 

O Secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, que participou do ato em Brasília ao lado de diretores da entidade, irritou-se com a declaração de Bolsonaro. "Idiota é ele que fica lambendo botas de presidente estadunidense enquanto definha a educação do Brasil e tenta entregar nosso país para o setor privado. Ele não entende nada, não tem projeto digno para o País, é um ignorante, burro, e quem está sofrendo é a população. Mas o povo não vai deixar que ele desmonte nossos direitos conquistados", criticou.

"Este é só o começo. Dia 14 de junho, a Greve Geral vai paralisar o Brasil inteiro", convocou. "Os professores e os estudantes estão de parabéns. Este ato representa o descontentamento da sociedade frente à condução da política de Bolsonaro, centrada em cortes de direitos básicos fundamentais e em injustiças sociais para preservar os empresários privilegiados que estão governando ao lado dele", comentou durante a caminhada pela Esplanada.

Insatisfação popular

Nos últimos meses, o governo vem colecionando polêmicas e críticas de especialistas. O Ministério da Educação, por exemplo, um dos protagonistas das manchetes mais recentes, prejudicou as universidades e institutos federais, que viram seus orçamentos reduzidos em 30%. Durante a live periódica do presidente da República em sua página de Facebook, na semana passada, Abraham Weintraub tentou explicar sua decisão de contingenciamento através de chocolates, em uma explanação infantil e sem sentido.

Após a argumentação infeliz, o ministro questionou Bolsonaro se o bombom estava bom. "Está uma delícia, vou confiscar isso aí, tá ok?", respondeu entre risos. Na grande manifestação desta quarta, Weintraub protagonizou diversos cartazes dos protestantes. "Ministro, seu chocolate não alimenta as universidades".

A proposta de Reforma da Previdência apresentada em fevereiro pelo presidente também tem gerado indignação entre a população, que não se convence com os argumentos falhos de "combate a privilégios" e de economia do Estado. Em uma das falas proferidas no ato desta quarta-feira, foi ressaltado que, em se tratando de educação e direitos constitucionais, como a Previdência, não há gasto, há investimento social, que resultará em qualificação e bem-estar para a população.

Ontem, 14, economistas se reuniram no Congresso Nacional para denunciar a Reforma da Previdência e apontar alternativas para superação da crise econômica do Brasil.  "O gasto do governo é o que mantém a economia aquecida. Todo 'gasto' feito pelo governo em algum momento retorna para ele", pois gera aumento do consumo familiar e viabiliza as arrecadações. O governo tem que gastar em momentos de crise. Agora não é momento de corte. A Reforma da Previdência não vai gerar crescimento", defendeu Pedro Rossi, professor doutor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp).

Convocação do ministro

Um dia antes dos protestos nacionais, o ministro da Educação foi convocado (o que significa que ele é obrigado a comparecer) pela Câmara Federal para prestar esclarecimentos sobre os cortes no orçamento das universidades públicas e dos institutos federais. Weintraub será ouvido a partir das 15 horas no Plenário da Casa. Apenas o PSL e o Novo foram contrários à convocação.

Os profissionais da educação prometem fazer uma mobilização histórica, que também servirá de "esquenta" para a Greve Geral de 14 junho contra a proposta de Reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro. A Internacional de Serviços Públicos (ISP) divulgou nota na terça-feira, 14, apoiando a Greve Nacional da Educação e em Defesa da Educação Pública e da aposentadoria, rumo à Greve Geral de 14 de junho.

De acordo com a nota, as afiliadas da ISP, confederação sindical internacional que está organizada em 163 países e representa 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que prestam serviços essenciais à população, participarão dos atos e mobilizações deste 15 de maio em todas as regiões do Brasil. Acompanhe aqui os protestos em todo o País, minuto a minuto.

(Com informações da Agência Câmara Notícias e CUT Brasil)






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