Como o governo prometeu, até amanhã devem sair as MPs com reajuste para diversas categorias Lúcia LealO governo deverá editar, hoje ou amanhã, as cinco medidas provisórias que asseguram reajuste salarial para 95% do funcionalismo público.
A promessa foi feita pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O último prazo para que as MPs sejam editadas é na sexta-feira.
De acordo com o ministro, serão
beneficiados servidores das
carreiras militar, jurídica do Executivo, Polícia Federal, área de segurança do Distrito Federal, Previdência Social, entre outros. O aumento custará aos cofres do governo R$ 7,7 bilhões.
Em maio, foi editada a primeira MP, a 295, que contemplou 160 mil servidores, como funcionários do Banco Central e professores. A segunda, que foi somente anunciada, contempla mais 240 mil servidores. São trabalhadores do Instituto de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro – 1,2 mil), Fiocruz (4,5 mil), Seguridade Social (220 mil), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – 13,8 mil), Hospital das Forças Armadas (343) e Tecnologia Militar (319). Os percentuais de reajuste não foram divulgados pelo Ministério do Planejamento.
Há também a MP que garante reajuste aos policiais federais. A categoria, que está em
greve desde o dia 21, quer
um aumento de 30% este ano e mais 30% em 2007. "É uma negociação que se arrasta há dez anos, quando tivemos nosso último aumento", comentou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol-DF), Luís Cláudio Avelar.
Segurança do DF - Também faz parte deste pacote de MPs a que concede aumento aos policiais militares e civis e aos bombeiros do DF, em greve desde sexta-feira. Eles pedem um aumento entre 18% e 31%. "Não entendemos o motivo pelo qual o governo federal atrelou nossa MP à dos policiais federais. Nossa situação é muito mais confortável, pois já temos percentual e fonte definidos", lamentou o presidente licenciado do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Wellington Luiz.
A promessa do ministro Paulo Bernardo chega para confrontar a polêmica decisão do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), que proibiu
aumentos salariais acima da inflação após 4 de abril. Segundo ele, o entendimento da Advocacia Geral da União (AGU), de que as MPs não ferem a Lei Eleitoral porque prevêem a reestruturação das carreiras e não a revisão geral de salários – esse sim o objeto do veto do TSE –, é o mesmo do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria Geral da República, o que lhe dá segurança para conceder os aumentos aos milhares de servidores.
Publicado em: 28/06/2006