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Greve Geral de 14 de Junho foi a maior da história do País

Adesão superou a de 2017, quando população derrubou proposta de reforma da Previdência de Temer. Em defesa do patrimônio público e ameaçados por privatizações e fim de concursos, servidores federais se mobilizam em união decisiva


Greve Geral de 14 de Junho foi a maior da história do País
Foto: CUT Brasil

Condsef/Fenadsef

A Greve Geral de 14 de Junho foi um marco histórico para o Brasil, realizada na última sexta-feira, com adesão de mais de 45 milhões de pessoas insatisfeitas e inseguras com a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo. O balanço positivo superou a paralisação de 2017, quando a população realizou a maior greve do País (até então) contra as reformas de Michel Temer. Se há dois anos o povo conseguiu derrubar a tentativa de alteração previdenciária de Temer, consciente de seus direitos à aposentadoria e a um envelhecimento digno, hoje mais uma vez a união faz a força.

A adesão dos servidores públicos federais foi expressiva e o movimento segue crescendo. Lançados na linha de frente das investidas do governo, os trabalhadores do Estado têm o dever de proteger o patrimônio público da população contra as ameaças de privatizações e de desmonte do setor público. Por nenhum direito a menos, mais de 380 cidades do Brasil protestaram por aumento dos investimentos públicos e melhoria dos serviços.

Para líderes sindicais, este foi apenas o primeiro recado dado ao governo e, nos próximos dias, devem haver reuniões para decidir novas ações contra a PEC 6. "Estamos no caminho certo e teremos outras ações. Este é um movimento que está em evolução e que só vai parar quando a reforma da Previdência de fato for derrubada", comenta Sérgio Ronaldo da Silva, Secretário-geral da Condsef/Fenadsef. "Seguimos firmes na atuação dentro do Congresso, dialogando e sensibilizando deputados para que votem contra a reforma."

O objetivo traçado para a Greve Geral foi alcançado. Houve paralisação da produção, do setor público, do setor privado, das escolas e universidades, dos transportes, de agências bancárias e de diversas outras atividades. Entretanto, a classe trabalhadora está longe de comemorar sua conquista de sexta-feira. "Mesmo com o suposto ajuste do relator da proposta, retirando os 'jabutis' da PEC para tentar enganar o povo, os trabalhadores não se deixaram enganar. A proposta continua retirando quase R$ 1 trilhão dos direitos dos trabalhadores. Não atinge quem deveria atingir, que são os patrões e os sonegadores. A PEC ainda impede o acesso à seguridade social e à aposentadoria", destaca Sérgio Ronaldo.

Situação

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados pode começar a debater o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-RJ), nesta terça-feira, 18. O texto foi apresentado na quinta-feira passada e, em seguida, foi concedido pedido de vista coletivo, o que adiou o início da discussão na Comissão. Apesar de inserir várias mudanças, a proposta do relator mantem o aumento da idade mínima, o aumento do tempo de contribuição para 40 anos e a redução do valor do benefício. Ou seja, apesar de retirar a capitalização do texto, as injustiças principais são conservadas.

O ministro Paulo Guedes não gostou do relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira e fez declarações à imprensa de que a Câmara teria "abortado" a reforma. Insatisfeito com a posição de Guedes, Rodrigo Maia (MDB-RJ) criticou o governo e afirmou o compromisso da Casa com a aprovação da reforma, apesar da desarticulação e das crises do Planalto. A situação instável pode mostrar despreparo do governo, mas não tranquiliza a população, ainda fortemente ameaçada de perder sua aposentadoria. 

Com um longo caminho pela frente a ser percorrido até a derrubada definitiva da PEC 6, Sérgio Ronaldo garante que os servidores vão continuar se mobilizando contra a reforma da Previdência e em defesa do Estado Forte, assegurando o direito de todos a serviços públicos de qualidade e protestando contra as privatizações. A luta continua a pleno vapor.






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