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Os atos pró-Bolsonaro deste domingo (03/05), onde centenas de apoiadores do “governo da morte” desafiaram mais uma vez o isolamento social e agrediram jornalistas, com o apoio cretino de Bolsonaro e seus filhos, clamando pelo fechamento do STF, do Congresso e uma intervenção militar, exige dos movimentos sociais e dos partidos de oposição uma posição mais à altura dos acontecimentos.
No momento em que o Brasil registra 615 mortes em um único dia (06/05) e tem o 3º maior número de casos do Covid-19 no mundo em apenas um dia (4.588), perdendo apenas para os Estados Unidos e a Rússia, com um número de contagiados beirando aos 127.000 casos (ainda faltam ser analisados 100 mil testes segundo o Min. Da Saúde) e as mortes chegando a quase 9.000, o “governo da morte” zomba, debocha (“e daí?”) e agride os trabalhadores e o povo, elegendo como única prioridade sua própria salvação política e de sua família.
Nem mesmo os casos crescentes de mortes que levam dor e sofrimento a muitas famílias que choram seus entes no país, ou de familiares que imploram desesperadamente diante das câmeras de televisão por um leito de UTI para seus parentes, fazem esse governo de extrema-direita mudar de opinião. O sistema de saúde está em colapso total nos Estados; as filas para a UTI dos casos gravíssimos do Covid-19 no RJ, Ceará, Amazonas e Estados mais afetados, já contam com mais de 1.000 pessoas na espera. A inércia e a política anti-vida desse governo tem contribuído para o agravamento dessa situação; até agora o Ministério da Saúde só disponibilizou 1 milhão de máscaras para os profissionais da saúde, enquanto os estados e municípios já entregaram cerca de 16 milhões. Faltam respiradores para salvar vidas de simples trabalhadores. Trabalhadores e trabalhadoras da saúde tem sido vítimas fatais dessa irresponsabilidade, com 88 mortes (o dobro da Itália) e mais de 10.000 infectados, que são obrigados a se afastar do serviço.
A nomeação e posse às pressas do novo Diretor Geral da Polícia Federal, Rolando Souza, amigo de Ramagem (atual diretor da ABIN e barrado no cargo de Diretor Geral da PF pelo STF), só demonstra que as prioridades de Bolsonaro é salvar a si mesmo, seus filhos, e os milicianos, envolvidos em processos no RJ, no processo de Fake News, e na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O primeiro Ato do novo diretor foi destituir do cargo justamente o Superintendente da Polícia Federal no RJ, Carlos Henrique Oliveira, servidor de confiança do ex-ministro Sérgio Moro que estava investigando os filhos de Bolsonaro no RJ, e que foi o pivô da primeira crise entre Bolsonaro e Moro no ano passado. Com uma Polícia Federal domesticada, com diretores e superintendentes dóceis à causa bolsonarista, Bolsonaro pretende blindar seus filhos e a si próprio das investigações que estão em curso, inclusive as orientadas pelo bolsonarista Augusto Aras da PGR, que trata da interferência política na Polícia Federal.
Acuado, isolado por todos os lados, perdendo o apoio de segmentos importantes do funcionalismo público e de estratos da população após a demissão do ministro Sérgio Moro , sem apoio político no Congresso Nacional e sem vez no Supremo Tribunal Federal, torpeado por mais de 20 governadores que estão contra sua política de morte, de mandar todos para as ruas, escolas e locais de trabalho para serem contaminados pelo vírus, o governo Bolsonaro se lança a aventuras golpistas e autoritárias por um lado e por outro, estreita as relações para um casamento com o que tem de pior no Congresso Nacional, a escória da política nacional, o tal do “centrão”, um seleto grupo de 200 deputados (PL, PP, Republicanos, PRB, PSD e PTB) que se vende por qualquer coisa para sobreviver às custas dos governos e dos cargos públicos, e que faz da corrupção seu breviário de todos os dias.
Desesperado, o governo Bolsonaro, para não perder o cargo e não sofrer um processo de impeachment no Congresso Nacional, se alia a essa escória da política, os mesmos que combateu durante sua campanha eleitoral, os corruptos mais famosos como Roberto Jefferson (PTB) e Valdemar Costa Neto, condenados no “mensalão”. Esse casamento que sela o pacto da morte contra o povo já tem preço, segundo a ONG Contas Abertas: 10 bilhões de reais do orçamento para o ano de 2020, sendo 6,9 bilhões no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de transporte), 1,8 bilhão do MEC, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, na Funasa serão 832 milhões de reais, além de Codevasf e Obras contra a seca, com quase 1 bilhão de reais. Sem contar as nomeações políticas no Congresso Nacional, onde o PP acaba de ganhar a vice-liderança do governo na Câmara, com Evair Melo.
Enquanto vemos Bolsonaro isolado, desesperado, com mais de 30 pedidos de impeachment no Congresso Nacional, apelando ao radicalismo autoritário dos seus manifestantes e à escória da política corrupta, o “centrão”, como tábuas de salvação, a oposição formada pelos principais partidos que governam Estados importantes como no Nordeste, Sul e Sudeste (PT, PC do B, PSB, PDT) e dirigem as principais centrais sindicais como CUT e CTB, assistem a tudo passivamente, criticando e xingando o presidente, sem tomar uma atitude que esteja à altura dos acontecimentos no país. É estranho que o PT tenha sido o único partido que não entrou com um pedido de impeachment de Bolsonaro – PSOL, PDT, REDE o fizeram e até partidos da direita também fizeram como o ex-partido de Bolsonaro. Além do mais, ainda ajudam os “partidos da ordem” a aprovarem em seus Estados e no Congresso Nacional reformas que retiram direitos dos trabalhadores, tal como a Reforma da Previdência, ou agora, em plena pandemia do coronavirus quando ajudam o governo e a burguesia votando projetos que privilegiam os banqueiros, como foi a EC 10/2020 ou que congelam o salário do funcionalismo, como vimos na votação do PL 39/2020, aprovado no Senado com os votos de senadores do PT.
Basta! É preciso acabar com as aventuras golpistas e autoritárias de Bolsonaro e seus generais agora! É preciso proteger a vida dos trabalhadores e do povo decretando uma quarentena total e garantindo o emprego e a renda de todos e todas! É preciso proteger os trabalhadores e trabalhadoras da saúde garantindo EPI’s, testagem periódica dos trabalhadores da saúde, segurança nos locais de trabalho e um aumento salarial para todos! É preciso suspender o pagamento da dívida pública com os bancos nacionais e internacionais para aplicar o dinheiro na saúde, no saneamento e no emprego dos trabalhadores! Necessitamos que se pare no Congresso Nacional a votação de todos os projetos que retiram direitos dos trabalhadores e dos servidores públicos de todas as esferas. Não À PEC 10/2020! Não ao PL 39/2020! É preciso a defesa dos povos indígenas e suas terras contra a disseminação da pandemia do coronavirus levada por garimpeiros e madeireiros através de garimpos ilegais e da grilagem de terras! Basta de perseguição e retaliação aos fiscais dos Ibama que estão realizando o seu trabalho de proteger a floresta, o meio ambiente e os povos indígenas contra a sanha assassina de madeireiros e do agronegócio.
Precisamos colocar Bolsonaro e Mourão para fora e garantir uma alternativa da nossa classe no comando do país a fim de que essas medidas sejam aplicadas imediatamente. É inadmissível que a CUT e a CTB, que se dizem classistas, tenham convidado para o Ato Nacional do 1 de Maio, pela internet, personalidades que são inimigas dos trabalhadores como Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia, David Alcolumbre (foi convidado) e Wilson Witzel (este a favor das privatizações total no RJ), cujos partidos no Congresso nacional estão comandando o saque nos direitos dos trabalhadores com a EC 10/2020 e o PL 39/2020 e bamburrando os cofres dos bancos que já lucraram muito nesse país. A CSP-Conlutas, Central a qual estamos filiados, honrou a data da classe trabalhadora realizando um ato classista com outras entidades sindicais. Não achamos que o impeachment resolverá nossos problemas, pois saindo Bolsonaro fica o seu vice, um general eleito na mesma chapa e defensor de todas as políticas contra os trabalhadores e o povo. É por isso que devemos impulsionar movimentos como fizeram os enfermeiros em Brasilia no 1 de maio, dentro das regras do isolamento social, e um panelaço unificado com todos os movimentos e partidos que estão na oposição a este governo da morte e do autoritarismo.
SUSPENDER O PAGAMENTO DA DÍVIDA PARA GARANTIR A QUARENTENA TOTAL COM A GARANTIA DO EMPREGO E RENDA PARA TODOS OS/AS TRABALHADORES/AS E DESEMPREGADOS/AS.
EM DEFESA DA VIDA DOS TRABALHADORES E DO POVO!
EM DEFESA DO ISOLAMENTO SOCIAL
SINTSEP/PA