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Federais pedem audiência com ministro Paulo Guedes

Conteúdo da reforma Administrativa não foi discutido com representação dos servidores. Fonasefe protocolou pedido de audiência nessa quinta para apresentar pauta do setor. Hoje, pelo Twitter, Guedes voltou a defender fim da estabilidade


Federais pedem audiência com ministro Paulo Guedes
Ministro Paulo Guedes (Foto: Ministério da Economia)

Condsef/Fenadsef

O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que reúne servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, protocolou nessa quinta-feira, 30, um pedido de audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Com uma reforma Administrativa que deve ser encaminhada ao Congresso Nacional em fevereiro, os representantes dos servidores nunca foram recebidos para debater a proposta. A categoria quer ser ouvida sobre o que tem sido divulgado até o momento e também apresentar a pauta prioritária de reinvindicações do setor. Os servidores buscam a reabertura imediata de um canal permanente de negociações.

No dia 11 de fevereiro uma atividade deve marcar o lançamento da Campanha Salarial unificada dos federais. No dia 12, a Condsef/Fenadsef também participa de ato no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, convocado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos, contra as privatizações, por soberania nacional e contra o desmonte do setor público.

Sobre o conteúdo da reforma Administrativa, não falta especulação. O que se conhece até o momento vem das declarações que têm sido dadas por membros do governo, incluindo o próprio ministro que hoje pelo Twitter do Ministério da Economia reforçou intenção de acabar com a estabilidade no setor público. Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro menciou que o governo precisaria vencer a "guerra da informação" para aprovar a reforma Administrativa.

“Nós estamos entrando agora na Reforma Administrativa para valorizar o bom servidor. Não atinge o direito de quem está lá. Para ganhar estabilidade tem que provar que é um bom servidor, ter espírito de equipe, ser aprovado pelo chefe”, afirma o ministro pic.twitter.com/0jg5sON9cL

— Ministério da Economia (@MinEconomia) January 30, 2020

Além de questionar uma série de argumentos e declarações já dadas sobre o tema, os representantes dos servidores acreditam que sem diálogo não é possível avançar com sucesso em uma proposta que pode aprofundar problemas ao invés de melhorar como o governo tem propagado. Para a Condsef/Fenadsef ninguém melhor do que os servidores para promover esse debate e apontar também ideias e estratégias em torno de melhorias para o setor público. No entanto, o que tem acontecido vem na direção contrária, a de promover o desmonte acelerado e fim dos serviços prestados à população.

Mais pobres sofrerão

Como apontou ao Correio Braziliense o presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Antônio Corrêa de Lacerda, a reforma administrativa "tem como consequência prática o corte de atividades essenciais, como saúde, educação, saneamento, redução da capacidade de demanda e impactos negativos no crescimento econômico". E quem deve sofrer com isso são os mais pobres. "A visão do chamado Estado mínimo e a ojeriza à atividade do setor público, a exemplo da crise do INSS, pode trazer sério prejuízos à população e a outros setores”, disse Lacerda.

18 de março é dia de luta

Na agenda de atividades já programadas o dia 18 de março, dia nacional de luta e paralisação de atividades em defesa dos serviços públicos, contra as privatizações e pela soberania nacional é muito importante. Como lembra o secretário-geral da Condsef/Fenadsef não há zona de conforto e todos os trabalhadores devem se engajar no diálogo e na mobilização contra o desmonte dos serviços públicos.

A mobilização e a unidade dos servidores em seus locais de trabalho, a organização para promover um diálogo amplo com a sociedade e o reforço do trabalho de força tarefa no Congresso Nacional estão no conjunto de ações primordiais nesse momento de ataques constantes e que já mostram os efeitos perversos no caos no atendimento à população e na ausência de políticas públicas capazes de dar conta da demanda da sociedade. É preciso barrar o desmonte do Estado brasileiro. A participação de todos é fundamental. Nas redes sociais, quando tratar do tema use as hashtags #NãoÀReformaAdministrativa, #NãoAoDesmonte, #NãoAPrivatização #ServidoresExigemRespeito, #EuDefendoOsServiçosPúblicos. Vamos juntos.






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