Condsef/Fenadsef
Mais de 300 representantes de servidores federais do Executivo, Legislativo e Judiciário fecharam com unidade nessa sexta-feira, 14, o seminário do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais). Em três dias de intensos debates, a categoria consolidou um calendário de atividades que aponta um Dia Nacional de Lutas para a 2a quinzena de setembro. A defesa dos servidores e serviços públicos e a luta contra a reforma Administrativa devem nortear as discussões. O objetivo é ampliar o diálogo na construção de unidade com servidores estaduais, municipais e movimentos da sociedade civil organizada.
"Temos muitas tarefas para fazer, luta para executar, unidade para construir e um governo para derrotar", resumiu Davi Lobão, do Sinasefe, um dos coordenadores do seminário. O secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, informou que a direção da entidade tem reunião já nessa terça, 18, para definir data de uma plenária nacional da maioria do Executivo Federal. As resoluções do seminário vão estar na pauta.
A Condsef lembrou também que a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público deve realizar um ciclo de debates para tratar temas de interese do setor público. A reforma Administrativa que Rodrigo Maia vem defendendo e essa semana ganhou fôlego com a ampla divulgação de um estudo falacioso do Instituto Millenium, que deturpa dados sobre servidores e serviços públicos, está no centro dessas discussões.
O secretário-geral da Confederação convocou o Fórum a participar do ciclo de debate da Frente Parlamentar que acontece também na terça, 18, às 14 horas. "Ou é Bolsonaro destruindo o setor público ou somos nós", frisou. "É preciso incluir parlamentares nesse debate em defesa dos serviços públicos e constuir uma grande mobilização. A hora de tirar esse governo que está destruindo direitos e a vida dos brasileiros é agora", defendeu.
A Condsef/Fenadsef já assinou dois pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro. Já são mais de 50 que seguem ignorados pelo presidente da Câmara dos Deputados aguardando análise.
Além da Condsef/Fenadsef e o Sinasefe participaram do seminário o Sinait, CNTSS, Assibge, Fenajufe, Andes-SN, Fasubra, Sinal, Asfoc, Fenasps e outras entidades com representantes de todo o Brasil. A CUT e CSP-Conlutas também marcaram presença e vão integrar a construção do Dia Nacional de Lutas em defesa dos serviços públicos.
Uma das tarefas imediatas das entidades será retomar os fóruns estaduais que unificam a classe trabalhadora. O desafio é construir uma unidade ampla e mobilizar outros setores da sociedade. Os estados terão autonomia para decidir as ações e formato de atividade do Dia Nacional de Lutas, sempre levando em conta as limitações e recomendações de autoridades sanitárias em função da pandemia de Covid-19. Plenárias setorais das categorias que deverão acontecer já na 1a quinzena de setembro devem apontar a data da atividade nacional.
Além disso, uma campanha unificada desenvolvida pelo Fonasefe em defesa dos servidores e serviços públicos deve ser construída e amplamente divulgada em redes sociais impulsionando a comunicação das entidades com os servidores e com a sociedade.
Além de desmistificar a reforma administrativa, combater privatizações e derrotar a política ultraneoliberal conduzida pelo governo Bolsonaro, a campanha visa esclarecer a sociedade da importância dos servidores para o Estado de bem estar social garantido pela Constituição. Sem servidores públicos não há políticas públicas de qualidade será um dos nortes dessa campanha.
Greves sanitárias em defesa da vida e contra retorno ao trabalho presencial imposto pelo governo a muitos setores da administração pública não estão descartadas. Nesse sábado, a Condsef/Fenadsef realiza encontro setorial com servidores da Educação e da Cultura.
O Iphan publicou Portaria essa semana no Diário Oficial da União convocando servidores para retorno no próximo dia 21. Em diversos estados a categoria já aprovou greve sanitária e continuidade do teletrabalho pela segurança e vida dos servidores e também da população. A pandemia ainda está fora de controle e o retorno ao trabalho é considerado prematuro e perigoso. Já são mais de 106 mil vítimas da Covid-19 no Brasil.
O relatório final do seminário do Fonasefe com as propostas dos grupos de trabalho e moções de apoio e repúdio aprovadas pela categoria deverá ser enviado até o final deste mês.