Home > Notícias > 'Falta acesso à capacitação', diz Secretária da ISP

'Falta acesso à capacitação', diz Secretária da ISP

Levantamento realizado com mais de mil trabalhadores da saúde e de serviços essenciais aponta para problemas que vão além da ausência de EPI. Enquete faz parte da Campanha 'Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas'


'Falta acesso à capacitação', diz Secretária da ISP
Imagem: Internacional dos Serviços Públicos (ISP)

Condsef/Fenadsef

A Internacional dos Serviços Públicos (ISP) divulgará nesta segunda-feira, 13, os primeiros resultados da enquete realizada sobre condições de trabalho dos profissionais da saúde e de serviços essenciais no contexto de pandemia do novo coronavírus. Com mais de mil questionários recebidos, a Secretária Subregional para Brasil, Denise Dau, adiantou que é evidente a falta de acesso à capacitação para utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI).

"O problema que apontam não é só a falta de equipamentos. A grande maioria dos profissionais, em especial da área da saúde, não teve capacitação sobre utilização dos materiais", destacou, referindo-se à existência de dúvidas sobre como colocar ou retirar corretamente máscaras, como se equipar para atender a população, em que momento trocar o material, como descartar e outras incertezas que precisam de protocolo sólido. A insuficiência de materiais também é explícita. "O que dá para perceber é que o material pode até chegar aos gestores, mas não chega à ponta. Os trabalhadores de cemitérios, por exemplo, que não podem parar, não têm botas especiais ou máscaras", afirmou. 

Os resultados completos do levantamento, que estão em processo de sistematização, serão divulgados até o fim do dia pela ISP. Amanhã, 14, entidades sindicais se reunirão com a Internacional para avaliar conjuntamente os dados e articular ações munidas de informações concretas. Segundo Dau, existe expectativa dos sindicatos de recorrer à Organização Internacional do Trabalho (OIT), para providências.

Campanha para salvar vidas

A divulgação dos resultados não encerrará o período de envio do questionário, que leva menos de cinco minutos para ser preenchido. A Secretária Subregional da ISP diz querer saber sobre as reais condições de trabalho dos profissionais: como está a jornada de trabalho, se teve capacitação para uso de EPI, se no local de trabalho há testagem para o novo coronavírus etc.

No último dia de março, a ISP lançou a campanha "Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas", com o objetivo de proteger profissionais que estão trabalhando neste período, possibilitando o isolamento social da população em meio à pandemia de Covid-19. A ação tem como um dos eixos de atuação a aplicação de questionário entre trabalhadores como forma de recolher informações importantes para reivindicar a garantia de condições dignas de trabalho para serviços essenciais, como saúde, assistência social, ensino e pesquisa, segurança, sistema prisional, judiciário, limpeza, coleta  de resíduos sólidos, funerárias e cemitérios, água e saneamento, energia, fisco e tributação, entre outras atividades, abrangendo os setores municipais, estaduais e federal.

Denise Dau explica que a ideia do questionário foi pensada no Brasil como forma de contato com trabalhadores e suas condições de atendimento, em momento de isolamento social, para o desenvolvimento de uma ação sindical mais articulada e unificada. A campanha conta com participação de entidades filiadas e não filiadas, como federações nacionais de psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. A Condsef/Fenadsef, filiada à ISP, participa da campanha e reforça seu compromisso na luta pela proteção dos profissionais da saúde e de serviços essenciais.






NOSSOS

PARCEIROS