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Em defesa da Hemobrás e contra a mercantilização do sangue no Brasil

Contra a mercantilização do sangue e dos hemoderivados aqui no Brasil


Em defesa da Hemobrás e contra a mercantilização do sangue no Brasil
Reprodução/Sindsep-PE

Sindsep-PE

A direção do Sindsep-PE participou, na tarde dessa segunda-feira (24/04), de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, realizada na Câmara dos Vereadores do Recife, sobre o futuro da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), com sede no município de Goiana, aqui em Pernambuco.

O evento contou com a participação do senador Humberto Costa (PT), autor da iniciativa; do presidente da Hemobrás, Antônio Edson Lucena; e de outros políticos e autoridades técnicas; além da sociedade civil organizada. Todos, majoritariamente, em defesa da empresa pública e contra a mercantilização do sangue e dos hemoderivados aqui no Brasil.

“Esse debate joga luz para uma questão importante a todos os brasileiros e brasileiras, independente da sua condição social. É sobre uma política que deve ser de Estado e não de governo. Por isso, todas as pessoas de bom sendo devem se somar a essa luta em defesa da Hemobrás, que é uma luta em defesa da vida humana”, reforçou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira, em pronunciamento durante a audiência pública. Acompanharam o coordenador, o secretário-geral do sindicato, José Felipe Pereira, da diretora Gislaine Fernandes e do diretor da entidade, Jurandir Liberal.

O senador Humberto Costa, que é médico, abriu a audiência pública fazendo um resgate histórico de como funcionavam os bancos de sangue no Brasil no passado, quando a doação não era voluntária. Na oportunidade, fez uma crítica a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 10/22. A matéria altera o artigo 199 da Constituição Federal Brasileira, abrindo espaço para a iniciativa privada coletar e processar o plasma humano. Hoje, tanto a coleta quanto o processamento estão a cargo da Hemobrás. Para o parlamentar, sangue não é comércio e não pode virar produto de mercado.

Gessyanne Paulino, diretora-presidente do Hemope, que também compôs a mesa da audiência pública, fez questão de lembrar que todos os centros de doação do Brasil foram contrários à PEC 10 e à remuneração para arrecadação de sangue. Ela lembrou também que o sistema de voluntariado é exitoso. Só no ano passado foram mais de 140 mil doadores no Hemope. No entanto, o grande problema seria a estrutura do hemocentro, que é a mesma desde a sua fundação, em 1977.

A vereadora Liana Cirne (PT), que coordenou a mesa, alertou para a importância de ampliar o debate em defesa da Hemobrás e contra a PEC 10 e destacou a cobertura ainda tímida da mídia sobre o assunto. Lembrando, inclusive, que a doação de sangue gera os hemoderivados que produzem medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS. Essas medicações, por sua vez, atendem a milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências genéticas, cirrose, câncer, Aids, queimaduras, entre outras doenças.

Hemobrás

A empresa é considerada a maior fábrica de hemoderivados da América Latina. Ela foi implantada em 2010 e funciona apenas no estado de Pernambuco. A Hemobrás ainda não está finalizada. Quando estiver terá a capacidade de processamento de 500 mil litros de hemoderivados.






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