CUT-SP
A edição do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, exibiu, no último dia 10 de agosto, uma matéria no mínimo tendenciosa com forte objetivo de promover o projeto neoliberal de redução do papel do Estado do desgoverno de Jair Bolsonaro, neste caso, a partir da proposta de Reforma Administrativa elaborada pelo ministro da Economia Paulo Guedes e sua equipe.
Para justificar a “necessidade” da Reforma Administrativa, o telejornal usou como base dados de uma pesquisa feita pelo Instituto Millenium, que nada mais é do que um braço dos defensores e formuladores de politicas neoliberais em nosso país.
Além de defender abertamente a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos, a reportagem faz comparação como “os gastos com salários dos servidores públicos federais, estaduais e municipais em 2019 foi três vezes maior do que com saúde”, fazendo com que o telespectador, ou seja, a população se indigne com os servidores. E ainda não ouviu nenhuma fonte de representação dos trabalhadores dos serviços públicos, não dando voz ao contraditório – regra básica do jornalismo (ouvir os dois lados).
Diante disso, a CUT São Paulo vem manifestar seu repúdio a essa matéria do Jornal Nacional e alertar a população de que a prestação dos serviços públicos depende dos servidores que, ao contrário do que a reportagem tenta mostrar, não recebem altos salários - a maioria segue há muito tempo sem reajuste salarial. A pandemia da Covid-19 tem se mostrado como o principal exemplo da importância dos servidores e dos serviços públicos, principalmente os serviços essências como na área de saúde, que mesmo sem equipamentos de proteção individual adequados, não se negaram a prestar atendimento a quem precisava.
Reforçamos ainda nosso apoio incondicional à luta dos sindicatos que representam as várias categorias dos servidores, na defesa dos serviços dos servidores públicos federais, estaduais e municipais. Juntos, não temos medido esforços para garantir a proteção à vida e os direitos destes trabalhadores e trabalhadoras que deveriam ser valorizados e não desprezados pelos governos e por setores da nossa sociedade, tampouco por veículos de imprensa que, no caso das emissoras de rádio e televisão, também dependem de concessão pública para operar e ainda assim lucram milhões com publicidade oficial das três esperas de governo!
São Paulo, agosto de 2020.
Executiva da CUT São Paulo