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Dieese: Cenário de austeridade não vai impulsionar economia

Subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef analisa fiasco do PIB como uma combinação de fatores. Economista destaca que quadro piora com política de cortes do atual governo que eleva incapacidade do Estado em prover políticas públicas eficazes


Dieese: Cenário de austeridade não vai impulsionar economia
Imagem: Reprodução/DR

Condsef/Fenadsef

No final de 2018, agentes econômicos tinham uma estimativa de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro giraria em torno de 2,5%. A aprovação da reforma da Previdência surgia como necessária para destravar investimentos. Ao contrário do que esse segmento defendia e imaginava, a economia não avançou. O anúncio do PIB de 2019 em 1,1%, menor do que o registrado com Michel Temer (1,3%), expõe os equívocos da política de austeridade aprofundada pelo governo Bolsonaro sob comando de Paulo Guedes, ministro da Economia. 

A subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef, avaliou o resultado pífio do PIB e aponta que não há um motivo único para o fiasco. É uma combinação de fatores. "O fato é que as políticas do atual governo estão, cada vez mais, elevando a incapacidade do Estado em prover políticas públicas eficazes por meio do cerco nos instrumentos de financiamento do investimento", observa o economista da subseção, Juliano Musse. 

Além disso, Musse aponta que o consumo das famílias não cresceu, reflexo do desemprego ainda pujante, dos baixos salários, de vínculos de trabalho precários, muitos intermitentes e temporários, cenário incapaz de impulsionar a demanda. Para o economista, o resultado só não foi pior graças a "políticas artificiais" como o saque de parte do saldo do FGTS que de algum modo serviu para elevar o consumo. 

Austeridade não impulsiona economia

A subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef critica ainda a visão ortodoxa do governo com relação a investimentos públicos. "A atual política de ajuste fiscal é um erro, ainda mais se consideramos períodos recessivos onde se deve elevar a atividade econômica", observa Musse. "Seja por meio de reformas, corte de gastos, privatizações, nada disso é capaz de impulsionar uma economia que caminha a passos de tartaruga desde a crise mundial", destaca. 

Com o corte de recursos públicos, principalmente em infraestrutura, a queda de produtividade também atingiu o setor privado. "É preciso estimular o emprego, a indústria e a renda para obter crescimento de forma forte e sustentável", pontua a subseção do Dieese. "É um equivoco do governo apostar em uma política liberal como panaceia para todos os males achando que a confiança resgataria o crescimento. É um pensamento pueril", acrescenta Musse.

Em sua conta no Twitter, a Condsef/Fenadsef compartilhou comentário do deputado federal Professor Israel sobre o anúncio do PIBinho feito hoje. Para a entidade, é lamentável que investimentos no setor público estejam congelados. A Confederação acrescenta que o crescimento pífio do PIB mostra que os caminhos dessa política de austeridade são equivocados e defende a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16, do teto dos gastos, que congela investimentos públicos por pelo menos vinte anos. 

É lamentável que investimentos no setor público estejam congelados. O crescimento pífio do PIB mostra que os caminhos dessa política de austeridade são equivocados. Pela revogação da EC 95/16. Por serviços públicos de qualidade #naoareformaadministrativa #Dia18EuVou #18grevegeral https://t.co/31iNGuiywr

— Condsef/Fenadsef (@condsef) March 4, 2020

Essa semana, a imprensa deu destaque para declaração do ministro Paulo Guedes a representantes do MBL e Vem pra Rua. Um Guedes choroso disse que o governo tem 15 semanas para mudar o Brasil. Mas, sem investimento no setor público, a Condsef/Fenadsef volta a alertar: o Brasil seguirá no rumo equivocado e na contramão do avanço econômico com justiça social. É preciso interromper esse processo e reprogramar a rota. 






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