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Dia da Consciência Negra, momento de reflexão

Em nota divulgada à imprensa, o Dieese explica que os negros e negras enfrentam mais obstáculos para conseguir uma colocação, ganham menos e têm frequentemente inserção vulnerável e frágil


Dia da Consciência Negra, momento de reflexão
Foto: Sindsep-PE

Sindsep-PE

“A carne mais barata do mercado é a carne negra, que vai de graça pro presídio e para debaixo do plástico. Que vai de graça pro subemprego e pros hospitais psiquiátricos”. Esse é um trecho da música “A carne”, interpretada brilhantemente por Elza Soares. A letra é forte, mas diz muito sobre a situação atual do povo negro no Brasil. Embora a abolição da escravatura tenha completado 132 anos, o Brasil vive ainda reflexos de 300 anos de escravidão e é preciso lembrar disso nesta sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

No último senso do IBGE, de 2014, os negros e negras representavam apenas 17,4% da parcela mais rica do Brasil. De lá para cá, o país vive uma crise econômica, acentuada por uma crise política, agravada com o Golpe de 2016, com o governo de Jair Bolsonaro e agora, com a pandemia de Covid-19. Dados divulgados pelo Dieese esta semana, mostram que a população negra é a que está sofrendo mais com os efeitos do coronavírus no mercado de trabalho. Dos 8 milhões de pessoas que perderam o emprego entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 6,3 milhões eram negros e negras, ou seja, 71% do total.

Em nota divulgada à imprensa, o Dieese explica que os negros e negras enfrentam mais obstáculos para conseguir uma colocação, ganham menos e têm frequentemente inserção vulnerável e frágil. Situação que se acentuou com a chegada da pandemia ao Brasil. Os homens e mulheres negras, ocupados em situação de informalidade, no trabalho doméstico e sem vínculo legal, foram os que mais sofreram os efeitos da parada da economia brasileira por causa do coronavírus.

Negro no serviço público

Segundo o IBGE, 53,6% da população brasileira é composta por negros e pardos, mas eles representam apenas 35,6% do serviço público. “Os números se desencontram e externam essa desigualdade que existe ainda hoje no Brasil, por isso reforçamos a necessidade de lutar por políticas afirmativas, que garantam ao povo negro uma colocação melhor no mercado de trabalho e no serviço público”, reforça diretora da Secretaria de Políticas Públicas do Sindsep-PE e mulher negra, Gislaine Fernandes.

O maior avanço em termos de políticas públicas afirmativas para o povo negro no serviço público é a Lei 12.990, de 9 de junho de 2014. Criada no governo Dilma Rousseff, ela reserva aos negros e negras brasileiras, 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.






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