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Desmonte da Conab gera alta descontrolada dos alimentos

Importante destacar que além de fechar os armazéns da Conab, o governo está promovendo o desmonte do órgão como um todo e a desvalorização de seus trabalhadores. Desde junho de 2019 que os servidores tentam negociar o seu ACT sem sucesso


Desmonte da Conab gera alta descontrolada dos alimentos
Reprodução

Sindsep-PE

O desmonte dos serviços públicos brasileiros, que atendem a toda a população deste país, não poupa nenhuma área por mais estratégica que ela seja ao Brasil. O desmantelamento da Conab é mais um exemplo do quanto o atual governo federal tem sido nocivo para os brasileiros e brasileiras. A Companhia Nacional de Abastecimento sofreu duros golpes nos últimos anos. 

A Conab era uma das empresas que estava na mira do governo para ser privatizada. Em 2019, o governo fechou 27 armazéns da Companhia responsáveis pela distribuição e controle dos alimentos e de seus preços, combate à fome, proteção a pequenos agricultores, atuação em casos de desastres ambientais, entre outras políticas. Nesses armazéns da Conab, eram estocados os alimentos produzidos pela agricultura familiar e comprados pelo governo. Quando os alimentos apresentavam alta de preços, o governo vendia os estoques por preços mais baixos, exercendo um controle.

Não é à toa que os preços dos alimentos disparam no Brasil. Em 2013, o país tinha 944 toneladas de arroz estocadas, em 2015, mais de 1 milhão de toneladas. Em 2020, eram apenas 22 toneladas, o que não garantia nem uma semana de consumo no país. De lá para cá, a situação só piorou. Hoje, não existem estoques governamentais de alimentos para contingência, nem para intervir no mercado nem para apoio aos programas sociais que minimizem a fome de milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

Atualmente, o agronegócio controla os preços e consegue obter mais lucro vendendo a produção para outros países, devido à alta do dólar, desabastecendo o mercado nacional. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que é ligada ao agronegócio, anunciou pela imprensa a intenção de transformar a Conab em “Agência de Inteligência Estratégica”. A nova estrutura seria voltada a análises econômicas com o objetivo de beneficiar o agronegócio exportador, relegando a agricultura familiar e as demais políticas da Companhia a um plano pouco importante, como tem ocorrido extra oficialmente desde o início deste governo.  

"A ideia deste governo é desvirtuar por completo a função da Conab. A empresa, que tinha como principais políticas o incentivo a agricultura familiar, o controle do preço de alimentos e o atendimento a população que vive abaixo da linha da pobreza, está sendo comandada por  pessoas ligadas ao agronegócio e passou a fazer políticas voltadas apenas para este setor", comentou o  diretor da Secretaria de Sindicalização do Sindsep e funcionário da Conab, Sérgio Viana.   

Importante destacar que além de fechar os armazéns da Conab, o governo está promovendo o desmonte do órgão como um todo e a desvalorização de seus trabalhadores. Desde junho de 2019 que os servidores tentam negociar o seu Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) sem sucesso.

Alta dos alimentos

Apesar da baixa redução no preço da gasolina, que deverá perdurar até depois das eleições, os alimentos permanecem em alta. Alguns insumos como o leite e seus derivados, por exemplo, virou notícia nos principais jornais do país devido ao seu encarecimento. No acumulado de janeiro a julho, houve aumento da cesta básica em todas as capitais, com destaque para Recife (15,83%), Belém (13,70%), Aracaju (13,48%) e Brasília (13,25%). No mês de julho, o maior valor foi apurado em São Paulo (R$ 760,45) e o menor, em Aracaju (R$ 542,50). 

Em julho, segundo o Dieese, o preço do litro de leite integral e da manteiga aumentou nas 17 capitais. O pão francês teve alta em 16 cidades, enquanto a farinha de trigo subiu em oito das 10 onde é pesquisada. Já a banana ficou mais cara em 15 das 17 cidades.






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