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Desmatamento na Amazônia bate recorde, com desmonte do Ibama

O objetivo é beneficiar os madeireiros, os mineiros estimulados pela febre do ouro e o agronegócio. Categorias apoiadas, desde sempre, por Bolsonaro


Desmatamento na Amazônia bate recorde, com desmonte do Ibama
Reprodução/DR

Sindsep-PE

O governo Bolsonaro não cansa de bater recordes. Para o desgosto de todos os brasileiros e brasileiras, só recordes negativos. Sob o comando de Bolsonaro, a Amazônia, considerada como a maior floresta tropical do mundo, perdeu, apenas em 2020, 11.088 quilômetros quadrados de área. Isso não acontecia há 12 anos! Foram 626 milhões de árvores derrubadas. É como se a cada minuto do ano passado a Amazônia tivesse perdido o equivalente a três campos de futebol. Ao todo são 1,58 milhão de estádios. 

E a cifra divulgada é oficial. Foi o resultado das medições feitas por satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 

Política predatória

O motivo principal para o crescimento do desmatamento é a política predatória do atual governo que tem desmontado os órgãos ambientais e a fiscalização. Em 2009, o Ibama contava com 1.600 pessoas zelando pelo cumprimento da legislação ambiental brasileira. Agora são menos de 700. Além disso, em 2020, o atual governo reduziu a fiscalização da venda ilegal de madeira que poderia coibir a prática criminosa. 

"Nos dois anos dessa gestão desastrosa, tivemos cortes drásticos de recursos. As superintendências estaduais do Ibama estão à míngua. Os servidores do Ibama e Icmbio vêm sendo substituídos por militares do Exército, cuja formação não condiz com esse tipo de serviço. Resultado, aumento de desmatamento", comentou o diretor de Imprensa do Sindsep, Eduardo Albuquerque. 

Além disso, no mês de março do ano passado, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, aproveitou a preocupação da população e dos meios de comunicação com a chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil para fazer a boiada passar, como apregoou o seu chefe, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ele anulou a regra que definia que o Ibama deveria autorizar a saída de todos os carregamentos de madeira do país. A norma servia para controlar a exportação, reduzindo o contrabando de madeira extraída ilegalmente. Com a falta de fiscalização e o aumento do dólar, o desmatamento aumentou e as exportações pipocaram. 

Ou seja, a política deste governo é a da promoção do descontrole ambiental. Uma política que estimula as queimadas, o desmatamento, a violência no campo e a perseguição e matança dos povos indígenas. O objetivo é beneficiar os madeireiros, os mineiros estimulados pela febre do ouro e o agronegócio. Categorias apoiadas, desde sempre, por Bolsonaro.   

"Todos nós da área ambiental suspeitávamos que o governo Bolsonaro agiria de forma predatória diante do meio ambiente para facilitar a ação do agronegócio. O que surpreende e revolta é que a política predatória vai além. Ela beneficia bandidos: grileiros, extrativistas e madeireiros que ilegalmente derrubam e incendeiam a floresta e aniquilam o ecossistema daquela região, comentou Eduardo. 

Lobos no galinheiro  

Ao assumir o governo, Bolsonaro colocou um infrator ambiental, condenado por improbidade administrativa e com seus direitos políticos cassados por três anos, para comandar o Ministério do Meio Ambiente.  Salles foi condenado por diversas irregularidades durante a elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, área de proteção ambiental que contém 7.400 hectares. A área foi criada em 1987 e abrange 12 municípios da Grande São Paulo. Ele era secretário de Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Entre as irregularidades, alteração de documentos e intimidação de funcionários. 

Bolsonaro também nomeou a líder da bancada ruralista, Tereza Cristina Dias, como ministra da Agricultura. Desde então, Tereza trabalha em comunhão com Salles para destruir o ecossistema brasileiro. 

Em 2020, o Ministério Público Federal pediu à Justiça o afastamento de Salles por suspeita de práticas de improbidade administrativa. Os procuradores apresentam indícios da existência de “um verdadeiro encadeamento premeditado de atuar contrário à proteção ambiental”. 

Desde 2004 a política ambiental vinha conseguindo diminuir o desmatamento. A destruição da Amazônia ultrapassou 27 mil quilômetros quadrados naquele ano. Aquele foi o primeiro ano do governo Lula. A partir de então, as derrubadas diminuíram até chegar a 4.570 quilômetros quadrados em 2012.  






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