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Corrupção citada por Mourão será institucionalizada com PEC 32 que seu governo propõe

O vice-presidente Hamilton Mourão evocou corrupção como lugar comum no Ministério da Saúde. Ele só se esqueceu de dizer que a má gestão se dá por indicações políticas e cargos comissionados, o que pode se agravar com a reforma Administrativa


Corrupção citada por Mourão será institucionalizada com PEC 32 que seu governo propõe
Mourão e Bolsonaro (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Condsef/Fenadsef

Tentando afastar a possibilidade de um impeachment de Jair Bolsonaro, impulsionado nos últimos dias pelas denúncias feitas por um servidor do Ministério da Saúde que repercutem na CPI da Covid no Senado, o vice-presidente Hamilton Mourão usou a ideia de que o ministério "sempre foi um lugar onde a corrupção andou". A declaração trouxe revolta a servidores concursados de carreira que podem ser punidos com exoneração caso adotem conduta irregular no exercício de suas funções. O secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, chamou a fala do vice-presidente de afronta ao conjunto do funcionalismo. 

"O grande curso de corrupção na estrutura da administração pública tem se dado na sua totalidade por cargos comissionados, indicados políticos e gestores irresponsáveis", pontuou. Mourão omitiu que a corrupção citada por ele poderá ser institucionalizada e se tornar prática corriqueira com a proposta de reforma Administrativa que o governo Bolsonaro quer impor ao Brasil com a aprovação da PEC 32/20. 

O diretor do departamento de Logística que foi exonerado nessa quarta-feira, 30, era um apadrinhado de Ricardo Barros, ambos citados em denúncias sobre propina envolvendo a compra de vacinas para a Covid-19. Questionado sobre a indicação ter sido feita já no governo Bolsonaro, Mourão disse que 'não tinha conhecimento de esquemas que pudessem estar em curso no Ministério da Saúde'. "A situação veio através de uma denúncia de servidor concursado que tem direito a estabilidade justamente para que proteja os interesses da população brasileira e não de terceiros interessados em lucrar com a vida do povo", destacou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef. O fim da estabilidade de serviços públicos é mais uma das graves ameaças contidas na reforma Administrativa. 

Reforma para projeto autoritário

Em coluna recente publicada pelo jornal O Globo, a jornalista Miriam Leitão comentou a possibilidade de aumento de cargos de livre nomeação de 6 mil para 90 mil. Tudo isso não com o objetivo de economizar recursos, já que o próprio texto da PEC 32 deixa claro que não haverá impacto fiscal, orçamentário ou financeiro. Em sua coluna o que Miriam Leitão observa é que a reforma Administrativa é "mais uma das proposta do governo Bolsonaro que serve a seu projeto de poder, que todos sabemos, é autoritário". 

3 de julho com servidores nas ruas 

Para frear esse projeto de governo autoritário que propõe o desmonte dos serviços públicos com a PEC 32, a Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas vão estar com as centrais sindicais, incluindo a CUT, e milhares de representantes de sindicatos, movimentos sociais e a sociedade civil organizada em mais um ato pelo #ForaBolsonaro. Em todo o Brasil já estão confirmadas dezenas de atividades que acontecem mais uma vez nas ruas e nas redes e já levou milhares de brasileiros à manifestações. 

"Vamos mais uma vez para as ruas, tomando todos os cuidados que essa pandemia ainda nos exige, pois não estamos todos devidamente vacinados, mas vamos lutar por vacina no braço, comida no prato e serviços públicos para toda a população", citou Sérgio. "Nas ruas e nas redes, vamos juntos frear esse governo genocida diretamente responsável por quase 520 mil mortes de brasileiros e brasileiras", reforçou.






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