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Condsef se reúne com chilenos e argentinos para enfrentar neoliberalismo

O Encontro Emprego e Desenvolvimento foi realizado na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo na última segunda-feira, 18. Brasileiros apresentaram propostas de enfrentamento ao desemprego e ao caos social no País


Condsef se reúne com chilenos e argentinos para enfrentar neoliberalismo
Foto: Alex Capuano /CUT

Condsef/Fenadsef

A América Latina enfrenta neste ano investidas neoliberais financiadas pelo mercado estrangeiro cujo objetivo é extrair o máximo de lucro possível desses países para enriquecer empresas multinacionais e o capital internacional. A manobra, vendida pelos discursos oficiais e pela grande mídia como necessária para superar uma suposta crise financeira, apoia-se sobretudo na exploração da classe trabalhadora, com pouca representação política, silenciada e cansada. O futuro, em vez de riqueza para todos, como o Governo Federal insiste em dizer, reserva à população o inchaço da miséria e a entrega do patrimônio público para privilegiados bilionários, que aguardam ansiosos vendas de estatais a preço de banana. Para quem duvida da profecia, está aí o Chile para provar que a situação é extremamente preocupante.

Na última segunda-feira, 18, foi realizado em São Paulo o Encontro Emprego e Desenvolvimento, que reuniu centrais sindicais e representantes dos trabalhadores do Chile e da Argentina para debater as estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo que vêm sendo implementadas na América Latina. O Secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, a Secretária de Administração, Jussara Griffo, e o Secretário de Finanças, Pedro Armengol, participaram da atividade que resultou na construção de um manifesto contra os desmontes e de um calendário de lutas. Ambos serão consolidados em reunião do próximo dia 26. "Agora é arregaçar as mangas e lutar contra o leão conservador", mobilizou Sérgio Ronaldo.

Patrimônio público na mira

Culpabilizados por essa crise econômica falsa, os servidores públicos federais, exercendo seu dever de servir a sociedade, de fiscalizar o governo e de proteger o patrimônio público, alertam a população para seus direitos constitucionais. Além da reforma da Previdência, promulgada na semana passada, o governo concentra agora seus esforços para aprovação do Pacote Menos Brasil e constrói a proposta de reforma administrativa, adiada mais uma vez. Também é esperado um projeto de lei de privatizações em massa, que entregará para a iniciativa privada estatais ricas que pertencem ao povo brasileiro.

Não se trata de "reformas", que geralmente têm intenção de melhorar o bem-estar, mas de um desmonte completo do Estado brasileiro e de substituição de responsabilidades públicas para empresas privadas que cobrarão por atendimentos hoje gratuitos. Diante disso, a Condsef/Fenadsef se levanta contra essas propostas e à favor da sociedade. Não se trata de uma luta corporativa da categoria, mas de defesa do patrimônio público que é de todos, não de um governo passageiro.

A grama do vizinho é o nosso futuro

Após um mês de rebeliões populares no Chile, Tamara Muños, diretora da Central Unitária de Trabalhadores do Chile (CUT-Chile), explicou que o país vizinho vive um momento de esperança na luta contra o neoliberalismo, implantado há 30 anos durante a ditadura do general Augusto Pinochet, que levou a população à miséria.

O resultado desse ‘endurecimento’ contra a os trabalhadores e trabalhadoras do Chile, resultou em privatizações, inclusive da Previdência Social, arrocho salarial, pobreza e miséria, além da precarização do trabalho. Segundo a dirigente, “mais de 80% da mão de obra no Chile é de trabalhos precários”.

“Os salários de nossos idosos mal dão para comprar remédios e, por isso, temos altos índices de suicídios entre os aposentados”, disse Tamara se referindo à capitalização da Previdência no Chile, que Guedes insiste em implementar no Brasil. A medida já foi barrada no Congresso Nacional, mas técnicos do governo afirmam à imprensa que vão mandar novamente a proposta de capitalização.

Outra consequência das políticas neoliberais foi a dificuldade de organização dos trabalhadores. “Negociações só podem ocorrer por empresa e não coletivamente”, ela afirma.

Violência contra o povo

Com as mobilizações populares no Chile, a repressão das Forças Armadas já deixou 23 mortos, mais de cem mil feridos e, ainda de acordo com a sindicalista, um acordo de paz só se dará por meio de uma nova Constituição, cuja elaboração tenha efetiva participação dos setores populares do país, incluindo movimentos sociais e sindical.

Já Roberto Bradel, secretário de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA), destacou a união dos movimentos sociais e centrais sindicais em torno de um tema comum e da luta contra os retrocessos impostos à classe trabalhadora brasileira, como está acontecendo no Brasil. 

O sindicalista argentino também fez um resgate dos quatro anos do governo de Maurício Macri, que perdeu a reeleição para Carlos Alberto Fernández e Cristina Krichner, por 47,99% dos votos, contra 40,48%. De acordo Baradel, as  políticas neoliberais de Macri trouxeram a pobreza de volta ao seu país.

“A Argentina tem 44 milhões de habitantes, produz alimentos para 400 milhões no mundo todo e, mesmo assim, tem 7% da população vivendo abaixo da linha da pobreza”, explica Baradel que constata: “A luta dos setores sociais e do movimento sindical na Argentina foi fundamental para derrotarmos esse projeto e termos um governo progressista novamente”.

(Com informações da CUT Brasil)
 






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